Díli,
28 mai (Lusa) - A Sonangol Hidrocarbonetos Internacional, subsidiária da
empresa petrolífera estatal angolana, iniciou hoje uma missão a Díli para
analisar a possibilidade de criação de um consórcio da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa para exploração "onshore" em Timor-Leste.
"O
objetivo desta visita prende-se, sobretudo, com a intenção do governo de Timor
de criar um consórcio que vai envolver todos os países da CPLP e nós viemos
aqui apenas para ver se, de facto, as áreas que neste momento estão a ser
postas à disposição têm potencial petrolífero", afirmou à agência Lusa
Manuel Teixeira, presidente executivo da Sonangol Hidrocarbonetos
Internacional.
Segundo
Manuel Teixeira, a missão pretende avaliar questões técnicas.
"Depois,
em função disso, nós decidiremos se, de facto, podemos abarcar este consórcio
ou não", esclareceu.
Durante
a sua estada em Díli, a delegação da Sonangol Hidrocarbonetos Internacional vai
deslocar-se ao Suai, na costa sul de Timor-Leste, onde o governo timorense está
a desenvolver um projeto de indústria petrolífera.
Questionado
pela Lusa sobre se a resposta de Angola poderá ser dada durante a cimeira da
CPLP, Manuel Teixeira disse que ser "provável que sim".
"A
missão é exatamente para responder a questões que eventualmente serão postas na
cimeira, nomeadamente o que já foi produzido em relação ao consórcio, e nós
viemos tentar ver se as bacias de Timor têm potencialidade de investimento no
futuro", acrescentou.
Em
março, o presidente da Timor Gap, empresa petrolífera do Estado timorense,
anunciou à Lusa a intenção de as autoridades timorenses criarem um consórcio
com os parceiros da CPLP para exploração "onshore" em Timor-Leste.
"A
ideia é a criação de um consórcio das empresas nacionais dos Estados-membros da
CPLP e à Timor Gap foi delegado a coordenação deste processo e conseguimos já
fazer alguns contactos", disse Francisco Monteiro.
A
criação de um consórcio de exploração petrolífera com as empresas estatais de
hidrocarbonetos da CPLP tinha já sido defendida pelo primeiro-ministro
timorense, Xanana Gusmão, e apoiada pelo Presidente do país, Taur Matan Ruak.
Segundo
Francisco Monteiro, o objetivo é "mobilizar esforços conjuntos dos
Estados-membros para exploração petrolífera na zona terrestre de
Timor-Leste", principalmente na costa sul.
São
Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal já manifestaram
interesse na iniciativa, com exceção do Brasil, devido às necessidades internas
relacionadas com os seus próprios recursos.
O
objetivo de Timor-Leste é que o consórcio seja concretizado durante a
presidência timorense da CPLP.
Timor-Leste
assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de
Estado e de Governo, que se vai realizar em Díli a 23 de julho, segundo o
governo timorense.
A
Timor Gap está a trabalhar no projeto em conjunto com a Autoridade Nacional do
Petróleo timorense.
Criada
em 2011, a
Timor GAP atua em nome do Estado timorense na condução de negócios no setor
petrolífero e do gás, incluindo a realização de atividades em terra e no mar,
no âmbito nacional e internacional.
A
empresa petrolífera timorense assinou o seu primeiro contrato de partilha em
abril de 2013 com a ENI e a INPEX para explorar a Área de Desenvolvimento
Petrolífero Conjunto, localizada a 240 quilómetros a
sul de Díli e a 500
quilómetros a noroeste de Darwin.
Na
parceria, a Timor Gap detém 24 por cento.
MSE
// JPS - Lusa
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