quinta-feira, 29 de maio de 2014

Sonangol em Timor-Leste para analisar consórcio petrolífero da CPLP




Díli, 28 mai (Lusa) - A Sonangol Hidrocarbonetos Internacional, subsidiária da empresa petrolífera estatal angolana, iniciou hoje uma missão a Díli para analisar a possibilidade de criação de um consórcio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para exploração "onshore" em Timor-Leste.

"O objetivo desta visita prende-se, sobretudo, com a intenção do governo de Timor de criar um consórcio que vai envolver todos os países da CPLP e nós viemos aqui apenas para ver se, de facto, as áreas que neste momento estão a ser postas à disposição têm potencial petrolífero", afirmou à agência Lusa Manuel Teixeira, presidente executivo da Sonangol Hidrocarbonetos Internacional.

Segundo Manuel Teixeira, a missão pretende avaliar questões técnicas.

"Depois, em função disso, nós decidiremos se, de facto, podemos abarcar este consórcio ou não", esclareceu.

Durante a sua estada em Díli, a delegação da Sonangol Hidrocarbonetos Internacional vai deslocar-se ao Suai, na costa sul de Timor-Leste, onde o governo timorense está a desenvolver um projeto de indústria petrolífera.

Questionado pela Lusa sobre se a resposta de Angola poderá ser dada durante a cimeira da CPLP, Manuel Teixeira disse que ser "provável que sim".

"A missão é exatamente para responder a questões que eventualmente serão postas na cimeira, nomeadamente o que já foi produzido em relação ao consórcio, e nós viemos tentar ver se as bacias de Timor têm potencialidade de investimento no futuro", acrescentou.

Em março, o presidente da Timor Gap, empresa petrolífera do Estado timorense, anunciou à Lusa a intenção de as autoridades timorenses criarem um consórcio com os parceiros da CPLP para exploração "onshore" em Timor-Leste.

"A ideia é a criação de um consórcio das empresas nacionais dos Estados-membros da CPLP e à Timor Gap foi delegado a coordenação deste processo e conseguimos já fazer alguns contactos", disse Francisco Monteiro.

A criação de um consórcio de exploração petrolífera com as empresas estatais de hidrocarbonetos da CPLP tinha já sido defendida pelo primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e apoiada pelo Presidente do país, Taur Matan Ruak.

Segundo Francisco Monteiro, o objetivo é "mobilizar esforços conjuntos dos Estados-membros para exploração petrolífera na zona terrestre de Timor-Leste", principalmente na costa sul.

São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal já manifestaram interesse na iniciativa, com exceção do Brasil, devido às necessidades internas relacionadas com os seus próprios recursos.

O objetivo de Timor-Leste é que o consórcio seja concretizado durante a presidência timorense da CPLP.

Timor-Leste assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo, que se vai realizar em Díli a 23 de julho, segundo o governo timorense.

A Timor Gap está a trabalhar no projeto em conjunto com a Autoridade Nacional do Petróleo timorense.

Criada em 2011, a Timor GAP atua em nome do Estado timorense na condução de negócios no setor petrolífero e do gás, incluindo a realização de atividades em terra e no mar, no âmbito nacional e internacional.

A empresa petrolífera timorense assinou o seu primeiro contrato de partilha em abril de 2013 com a ENI e a INPEX para explorar a Área de Desenvolvimento Petrolífero Conjunto, localizada a 240 quilómetros a sul de Díli e a 500 quilómetros a noroeste de Darwin.

Na parceria, a Timor Gap detém 24 por cento.

MSE // JPS - Lusa

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