André
Amaral – Expresso das Ilhas (cv)
Debate
sobre segurança social ficou marcado pelo silêncio que se seguiu ao discurso de
abertura do debate feito por Joanilda Alves do PAICV.
A sessão parlamentar de Julho começa hoje com um debate sobre a situação actual da segurança social e da sua sustentabilidade.
Iniciativa
do PAICV, o debate serve, segundo a carta enviada ao Presidente da Assembleia
Nacional, para apurar qual a situação do sistema de assistência social de Cabo
Verde.
No
discurso que abriu o debate, Joanilda Alves referiu que o crescimento da taxa
de cobertura da assistência social é visível através do número de pessoas que
recebem apoio do estado e que a base contributiva e o número de beneficiários
"quase duplicou", referiu esta deputada do PAICV.
No
entanto, a seguir ao discurso de abertura feito pela deputada do PAICV, nem os
deputados do MpD ou os membros do governo tomaram a palavra, o que levou
Felisberto Vieira a questionar o MpD, perguntando se o maior partido da
oposição "está de acordo com os ganhos e o trabalho feito pelo INPS".
"Assim terminamos com o debate", reforçou.
Coube,
por isso, a João Santos Luís, da UCID, a abertura do debate, dizendo que algo
tem de ser feito sobre as dívidas do INPS que ascendem, segundo Joanilda Alves,
a 5 milhões de contos, um valor superior ao que os deputados do MpD dizem
conhecer, pois, segundo Abraão Vicente, "a dívida do INPS é de 4 milhões
de contos".
Por
sua vez, Janira Hopffer Almada, defendeu que o governo alargou a base
contributiva, mas também o número de beneficiários, que quase duplicou.
"Neste
momento estamos a concluir o processo legislativo que permite aos sindicatos e
empregadores participarem na gestão do INPS", referiu o primeiro-ministro
quando tomou a palavra.
"Os
dados demonstram claramente que as despesas estão sob controlo", defendeu
José Maria Neves que assegurou de seguida que todas as prestações estão a
aumentar todos os anos.
A
intervenção de José Maria Neves exaltou os ânimos quando o primeiro-ministro
afirmou "que quando se trata de um familiar de um dirigente do MpD a ser
contratado para um cargo público é porque é uma pessoa competentes, mas se
acontece o contrário, se a pessoa contratada é familiar do PAICV aí já se trata
de um crime", disse, o que motivou a reacção imediata de Elísio Freire que
acusou o primeiro-ministro de ser "pouco democrático e pouco ético ao
dizer que se os outros são nepotistas nós também podemos ser". "O
senhor primeiro-ministro não está interessado na moralização da função pública.
A sua intervenção é a de quem se vê ao espelho", reforçou Abraão Vicente.
Declarações
que motivaram uma reacção de Felisberto Vieira e que levaram o líder
parlamentar do PAICV a acusar o MpD de ser "perito em assassinar
caracteres e em fulanizar a política baseada em factos que não se
confirmam".
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