Macau,
China, 20 jun (Lusa) -- Até ao final de maio, as autoridades de Macau tinham em
mãos seis pedidos de asilo, segundo dados revelados à agência Lusa pelo Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para Hong Kong e
Macau.
Embora
no passado tenha figurado como porto de abrigo para milhares de deslocados, a
atribuição do estatuto de refugiado continua a ser uma miragem em Macau. Até setembro de
2011, esse estatuto nunca foi reconhecido na Região Administrativa Especial
chinesa e, segundo fontes de organizações não-governamentais ouvidas pela
agência Lusa, desde então nada mudou.
A
agência Lusa contactou, à semelhança de 2011, o presidente da Comissão para os
Refugiados -- incumbida de avaliar os pedidos. Contudo, desta feita, não conseguiu
chegar à fala com o delegado do Procurador Ministério Público Kong Chi, pelo
que não foi possível confirmar oficialmente essa informação.
A
Comissão para os Refugiados, estabelecida em 2004 no quadro do Regime de
reconhecimento e perda do estatuto de refugiado, é composta por um presidente,
função que tem de ser exercida por um magistrado judicial ou do Ministério
Público, e quatro vogais.
A
lei determina que dois dos vogais são designados pelo Secretário para a
Segurança (incluindo um dos Serviços de Migração), um pela Secretária para a
Administração e Justiça (com formação jurídica) e um outro pelo Secretário para
os Assuntos Sociais e Cultura (que tem de pertencer ao Instituto de Ação
Social), prescrevendo que todos são nomeados por despacho do chefe do executivo
a publicar em Boletim
Oficial.
Em
dez anos, houve apenas duas 'mexidas' na sua composição: em 2005, Carla
Cristina Ribeiro Mendonça, jurista do Gabinete para os Assuntos do Direito
Internacional (hoje fundido na Direção dos Serviços da Reforma Jurídica e do
Direito Internacional), substituiu Armando Morais e, em 2012, Au Chi Keung,
chefe do Departamento da Família e Comunidade do Instituto de Ação Social,
ocupou o lugar de Isabel Maria Ho.
Com
efeito, o representante dos Serviços de Migração na Comissão para os Refugiados
continua a ser -- atendendo à ausência de uma nova nomeação em Boletim Oficial --
António dos Anjos Fernandes, que era Intendente do Corpo de Polícia de
Segurança Pública, mas cessou funções, a 12 de dezembro de 2013, em virtude da
sua aposentação.
A
lei estipula que Macau tem de assegurar "condições de dignidade
humana" até à decisão final do pedido, sendo que aos requerentes em
situação de carência económica e social e aos membros do seu agregado familiar
"é prestado auxílio pelo Instituto de Ação Social" (IAS).
A
Lusa contactou o IAS que remeteu uma resposta para a próxima semana.
Hoje
assinala-se o Dia Mundial do Refugiado.
DM
// VM - Lusa
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