O
presidente da Guiné Equatorial está a usar a Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) para branquear imagem junto da comunidade internacional,
denunciou hoje um ativista guineense exilado.
"É
lamentável que a CPLP tenha tacitamente permitido deixar-se usar para lavar a
imagem do mais antigo chefe de Estado do mundo, um autocrata que não respeita
direitos humanos e governa uma das corruptas nações do mundo", acusou Tutu
Alicante, diretor da organização EG Justice, radicado nos EUA.
A
entrada da Guiné Equatorial no bloco lusófono hoje aprovada, por consenso e sem
votação, desacredita a CPLP como uma organização preocupada com a dignidade
humana e a governação democrática.
"A
não ser", acrescentou o advogado em declarações à agência Lusa, "que
seja uma organização ingénua ou ceda à ignorância voluntária".
Tutu
Alicante lamenta que a CPLP não tenha enviado uma delegação à Guiné Equatorial
para recolher informação junto da sociedade civil, oposição e governo.
Acusou
também os países lusófonos de terem ignorado os avisos não só da RG Justice,
mas de outras organizações de defenda dos direitos humanos, como a Human Rights
Watch e Amnistia Internacional e os alertas de corrupção, falta de
transparência e desigualdade de entidades como o Fundo Monetário Internacional
e o Banco Mundial.
"Isto
é francamente lamentável e demonstra claramente o défice de liderança
responsável da CPLP", comentou.
A
entrada da Guiné Equatorial - um dos maiores produtores de petróleo de África -
como membro de pleno direito da CPLP, por consenso e sem votação, foi anunciada
hoje em Díli, onde está a decorrer a décima cimeira de chefes de Estado e de
governo dos países lusófonos.
A
Guiné Equatorial é muito criticada pelas organizações não-governamentais
internacionais por ignorar os direitos humanos e pelos seus altos níveis de
corrupção no país, liderado pelo Presidente Teodoro Obiang desde 1979.
Integram
agora a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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