Díli,
22 jul (Lusa) - A Guiné Equatorial foi hoje aceite por consenso como membro de
pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sem que
tenha havido uma votação, disseram fontes das delegações de Portugal e do
Brasil.
Fonte
da delegação portuguesa disse aos jornalistas portugueses que "houve um
consenso generalizado" favorável à entrada da Guiné Equatorial, mas também
um "debate intenso", suscitado por Portugal, na sequência do qual
ficou combinado que o Presidente deste novo membro da CPLP, Teodoro Obiang,
deve explicar os passos já dados e previstos para cumprir as condições de
adesão.
Por
sua vez, fonte da delegação brasileira, questionada pela Lusa, afirmou que os
Estados-membros da CPLP "decidiram incorporar" a Guiné Equatorial,
não tendo havido uma votação, mas "uma formação de uma opinião
geral", que envolveu um debate: "As pessoas discutem, colocam os seus
problemas, as suas visões".
Esta
decisão foi tomada na sessão restrita da X Cimeira da CPLP, que decorre em
Díli, Timor-Leste, na qual a Guiné Equatorial não participou.
Durante
esta sessão, segundo a referida fonte da delegação portuguesa, o Presidente da
República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, vincou os princípios fundadores
desta comunidade de países - que incluem o respeito pelos direitos humanos e o
uso do português como língua oficial - e invocou o roteiro estabelecido para a
adesão da Guiné Equatorial.
De
acordo com esta fonte, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho,
falou depois, reforçando o sentido da intervenção de Cavaco Silva, e é agora
esperado que Teodoro Obiang exponha de que forma está a cumprir as condições de
adesão e que apoio necessita da parte da CPLP para cumprir tudo o que esta
comunidade espera da Guiné Equatorial.
Os
trabalhos foram interrompidos para almoço.
O
roteiro estabelecido pela CPLP para a adesão da Guiné Equatorial incluía o fim
da pena de morte e medidas destinadas a promover o uso do português, num país
onde a língua mais falada é o castelhano.
JH/IEL
// VM - Lusa
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