quinta-feira, 3 de julho de 2014

Portugal: Aguiar-Branco quer que imunidade de Ana Gomes seja retirada




O ministro da Defesa espera que a imunidade parlamentar da eurodeputada Ana Gomes seja levantada rapidamente para que seja constituída arguida no processo que lhe moveu por difamação, segundo fonte do gabinete de Aguiar-Branco.

"Tendo em conta as acusações difamatórias feitas reiteradamente pela própria nos últimos meses, não será compreensível que Ana Gomes não preste todos os esclarecimentos pedidos", afirmou fonte do gabinete do ministro da Defesa Nacional, numa declaração enviada à Agência Lusa.

O presidente do Parlamento Europeu anunciou hoje, em Estrasburgo, que recebeu do Ministério Público um pedido de levantamento da imunidade da eurodeputada portuguesa Ana Gomes, na sequência do processo de difamação movido pelo ministro da Defesa.

"Espera-se que o levantamento da imunidade parlamentar possa ser concretizado, o mais rápido possível, de forma a que a eurodeputada Ana Gomes possa ser constituída arguida pelo Ministério Público no processo", acrescentou a fonte, defendendo que "imunidade não pode ser sinónimo de impunidade".

Confrontada hoje com o pedido de levantamento da imunidade parlamentar, que foi remetido para o gabinete de Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu, Ana Gomes disse que respeitará a decisão da assembleia, sublinhando que não deixará de expor aquilo que considera serem as "responsabilidades políticas e eventualmente criminais" no processo de subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

Em causa está um processo movido pelo ministro da Defesa português, que apresentou em janeiro passado uma queixa por difamação na sequência de declarações da eurodeputada sobre alegadas ligações entre o seu escritório de advogados e o grupo Martifer, que venceu o concurso público internacional para a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

Em novembro de 2013, em declarações na TVI24, Ana Gomes criticou o processo de subconcessão dos estaleiros e defendeu que "é preciso verificar" eventuais "negócios" entre o escritório de advogados do ministro e o grupo Martifer.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Eurodeputada Ana Gomes tranquila com pedido de levantamento de imunidade

A eurodeputada socialista Ana Gomes disse hoje, em Estrasburgo, que "iniciativas intimidatórias" como a queixa por difamação do ministro da Defesa português, que originou um pedido de levantamento da sua imunidade parlamentar, não a farão recuar.

Comentando o anúncio pelo presidente do Parlamento Europeu de que recebeu do Ministério Público português um pedido de levantamento da imunidade parlamentar da deputada, que remeteu para a comissão de assuntos jurídicos, Ana Gomes afirmou que respeitará a decisão da assembleia, mas garantiu que não desistirá de expor aquilo que considera serem as "responsabilidade políticas e eventualmente criminais" no processo de subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

A eurodeputada garantiu ainda que "não há, obviamente, nada de pessoal contra o ministro da Defesa" português, José Pedro Aguiar-Branco, que nem conhece "pessoalmente", e sublinhou que o que está em causa é uma "questão política", mantendo tudo o que afirmou em novembro passado e que motivou o ministro a interpor uma queixa no Departamento de Investigação e Ação Penal.

"Recordo que tomei a iniciativa de entregar à senhora Procuradora-Geral da República uma queixa sobre as suspeitas de corrupção e fraude contra o Estado de que todo esse processo estava eivado e que contestei a linha do Governo, que, aliás, vem plasmada agora neste projeto de relatório que está na Assembleia da República, na comissão de inquérito sobre os ENVC, que diz que o Governo não tinha alternativa face à posição da Comissão Europeia", apontou.

Ana Gomes garantiu que não recuará perante a decisão que for tomada pela Comissão de Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu.

"Não vou desistir, por todos os meios, na justiça e na opinião pública, de expor aquilo que acho que são responsabilidade politicas e eventualmente outras, criminais, num processo que,sem dúvida,é altamente lesivo dos interesses Estado português, de um setor estratégico para Portugal e para a Europa, que é o setor da construção naval, e, naturalmente, dos trabalhadores e de toda a população de Viana de Castelo, que viu estes estaleiros serem desmantelados de uma forma totalmente opaca e suspeita de corrupção", declarou.

Questionada sobre se mantém as declarações proferidas em novembro de 2013, respondeu que sim, "absolutamente".

"Não só mantenho, como prossigo a investigação (...). Não abdicarei de fazer aquilo que corresponde às minhas responsabilidades como deputada e acomo cidadã portuguesa", vincou.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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