Lisboa,
25 jul (Lusa) - Um voto do BE, condenando a admissão da Guiné Equatorial na
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), dividiu hoje o PS, com a
liderança de Alberto Martins a angariar 34 deputados e 33 parlamentares a
votarem noutros sentidos.
O
texto bloquista afirma que aquela nação africana "é governada por um
ditador há 35 anos" e que "Teodoro Obiang ascendeu ao poder depois de
um golpe de Estado sangrento em 1979". Foi rejeitado pela maioria
PSD/CDS-PP, além de contar com o voto contra dos 34 socialistas.
"A
Guiné Equatorial não é um país que respeite nenhum destes princípios fundadores
(paz, democracia, Estado de direito, direitos humanos e justiça social) e a sua
admissão na CPLP revela uma cedência intolerável. Trocaram-se os valores da
defesa dos direitos humanos pelo petróleo e gás natural", lia-se no
documento votado favoravelmente por BE e 29 deputados do PS.
Outros
quatro deputados "rosa" - Vieira da Silva, Pedro Marques, Laurentino
Dias e Odete João - optaram pela abstenção, juntamente com os grupos
parlamentares de PCP e PEV.
A
adesão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito à CPLP dominou a 10.ª
Cimeira da organização, em Díli, considerada histórica pelo Presidente
timorense.
O
Presidente da Guiné Equatorial foi chamado a juntar-se aos outros líderes
lusófonos mesmo antes da oficialização da adesão do seu país à CPLP, uma
"incidência protocolar" que surpreendeu o Presidente e o
primeiro-ministro portugueses.
Aníbal
Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho referiram depois em conferência de imprensa
na capital timorense que desvalorizaram este facto em nome do sucesso da
cimeira de Díli.
HPG
(VM) // SMA - Lusa
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