Sydney,
09 jul (Lusa) -- Cerca de uma dezena de mulheres tentou suicidar-se num centro
de detenção de requerentes de asilo para que os seus filhos pudessem ficar na
Austrália, informou hoje a imprensa.
As
tentativas de suicídio ocorreram esta semana no campo de ilha Christmas, uma
ilha australiana no meio do oceano Índico, depois de as mulheres terem sido
informadas da sua transferência para a Papua-Nova Guiné ou para a ilha de
Nauru, segundo o jornal Sydney Morning Herald.
Os
imigrantes clandestinos que querem pedir asilo na Austrália são enviados para
campos em ilhas do Pacífico, enquanto o seu dossier é analisado, processo que
pode durar meses.
A
Comissão dos Direitos Humanos australiana, organismo governamental, disse à
agência France Presse ter sido informada de sete casos de tentativas ou ameaças
de suicídio por mulheres nas últimas 48 horas, no campo da ilha Christmas.
"Nas
últimas semanas, foram identificados 13 casos semelhantes", precisou a
porta-voz da comissão.
As
mulheres pensam que se morrerem os filhos órfãos terão mais hipóteses de
poderem ficar em território australiano, precisou o presidente do município de
Christmas, Gordon Thompson, citado no Sydney Morning Herald.
O
governo conservador de Tony Abbott prometeu que nenhuma embarcação de imigrantes
clandestinos, que partem sobretudo da Indonésia com principalmente iraquianos,
iranianos e curdos a bordo, chegará às costas australianas. Elas são
intercetadas no mar e redirecionadas para as ilhas do Pacífico.
Admitindo
tratar-se de uma situação "comovente", o primeiro-ministro
australiano disse hoje à televisão Canal Nove que "o governo não vai
deixar que a sua política seja conduzida por pessoas que pretendem colocar-nos
numa situação de pressão moral".
"As
pessoas que estão em Nauru são vestidas, alojadas, alimentadas e sobretudo
estão em segurança. Não
são alvo que qualquer perseguição", disse Tony Abbott, adiantando:
"Não creio que os australianos queiram ser submetidos a uma chantagem
moral".
Em
2013, cerca de 20.000 imigrantes clandestinos, que chegaram por mar, pediram
asilo na Austrália, com uma população de 23 milhões de pessoas.
PAL
// APN - Lusa
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