quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Angola: O REGRESSO À PÁTRIA



Jornal de Angola, editorial - 21 de Agosto, 2014

Milhares de ex-refugiados angolanos começaram ontem a regressar ao país, vindos da República Democrática do Congo, no âmbito de um processo de repatriamento voluntário, que fará com que compatriotas nossos voltem às suas zonas de origem situadas em diferentes províncias.

Para este repatriamento voluntário, o Executivo criou as condições necessárias para um regresso dos ex-refugiados sem quaisquer sobressaltos, salvaguardando-se uma instalação  em solo pátrio que proporcione a sua rápida reintegração.

Foi notório o envolvimento das autoridades competentes, em parceria com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, na preparação cuidada  do regresso dos ex-refugiados angolanos  ao país, o que vai garantir uma recepção com níveis de assistência social satisfatórios.

O regresso à Pátria, depois de longos anos a viver em país estrangeiro, constitui para os ex-refugiados angolanos motivo de grande satisfação. Voltar à terra que os viu nascer é o começo de uma nova vida voltada para o trabalho em prol  da reconstrução do país.

Milhares de angolanos que viviam no Congo Democrático regressam à Pátria  para, voluntariamente,  juntarem os seus esforços aos de milhões de angolanos que diariamente têm de executar gigantescas tarefas, para colocar o país na rota do desenvolvimento.

As consequências do longo conflito armado em Angola não nos deixam outra alternativa senão arregaçarmos as mangas para reabilitarmos importantes infra-estruturas e equipamentos sociais destruídos, a fim de que as comunidades possam viver com dignidade.

Depois de 12 anos de paz, os ex-refugiados angolanos vão encontrar um país em que ocorrem transformações significativas, com a realização  de obras de grande vulto, e que vão gradualmente melhorando a vida das populações. 

Vão encontrar um país em crescimento acelerado e que traçou um rumo, traduzido numa marcha  irreversível  em direcção ao progresso. Estamos  nós, angolanos, apostados em fazer de Angola um lugar que proporcione prosperidade a todos, sem excepção. Como cantou um músico angolano, o país “é grande e cabe para todos nós”. Há  espaço e oportunidades para cada um de nós trabalhar para se acabar rapidamente com o subdesenvolvimento. Que cada um use o seu saber para engrandecer o país.  

Mas há ainda muita coisa para se fazer, sendo indispensável o contributo dos nossos compatriotas que se encontram na diáspora. Muitos dos nossos compatriotas no estrangeiro trazem competências  e experiências que podem ser úteis ao processo de reconstrução. Faz pois sentido que se incentive e apoie o seu regresso ao país, a fim de  poderem também ajudar a resolver muitos dos nossos problemas.

Convém recordar que poucos anos depois da conquista da nossa Independência, muitos compatriotas nossos que viveram no Congo democrático e na Zâmbia, para só citar estes países, deram uma grande contribuição em diferentes sectores da vida nacional, nomeadamente o da educação e da saúde, que registavam então uma grande falta de quadros.

Os nossos compatriotas  chegam ao país. Eles vão a diferentes províncias. Trata-se de províncias do Norte, Sul, Centro e Leste de Angola. Fez-se um bom trabalho para que  milhares de compatriotas regressassem ao país. Tem de se trabalhar agora e com o mesmo empenho, para que a sua reintegração venha a resultar em ganhos para a sociedade.

Os angolanos que regressam vêm certamente com vontade de serem também parte das acções que são levadas a cabo e que vão no sentido de desenvolvermos os vários sectores da vida nacional. O país tem capacidade para reintegrar os nossos compatriotas que querem abrir uma nova página nas suas vidas.

Que o entusiasmo com que os ex-refugiados angolanos chegam a Angola seja correspondido transitoriamente com operações de assistência efectiva,  por um período suficiente para poderem reunir as condições de vida essenciais.

O regresso à Pátria é um acontecimento que mexe com todos os que, por várias razões, tiveram de abandonar o país, para se refugiarem no estrangeiro, onde nem sempre o acolhimento foi pacífico. Que recebamos  os nossos compatriotas com muito carinho e os incentivemos a contribuir para o crescimento e desenvolvimento do país, na unidade, no amor, na paz e na harmonia entre todos os cidadãos angolanos.

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