A
entidade reguladora dos seguros em Angola pediu às empresas do setor que operam
no país para que participem de imediato casos suspeitos de branqueamento de
capitais e financiamento do terrorismo.
A
orientação foi revelada hoje pelo Presidente do Conselho de Administração da
Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), Aguinaldo Jaime,
à margem de uma conferência realizada em Luanda sobre este tema.
"Nós
fizemos sair uma circular, recentemente, que orienta todas as seguradoras para
quando houver indícios de que uma determinada operação é suspeita ou ilícita
comunicarem imediatamente ao órgão regulador, que é a ARSEG", disse
Aguinaldo Jaime.
Em
causa estão eventuais "operações suspeitas", assim definidas,
explicou o responsável, com base no perfil do cliente, nomeadamente
nacionalidades ou a utilização de montantes elevados e em dinheiro, sem recurso
ao circuito bancário.
Operações
que visam "reciclar" avultadas verbas provenientes de fins ilícitos e
que através de fundos de pensões, seguros ou produtos bancários podem
facilmente ser "dissimuladas" e "legalizadas".
As
situações suspeitas de branqueamento de capitais sinalizadas para investigação
serão então participadas pelo regulador à Unidade de Informação Financeira
(UIF), tutelada pelo Ministério das Finanças de Angola.
Contudo,
até ao momento, não há casos do género detetados ou levados a julgamento em
Angola.
"Mas
há toda uma fase instrutória até chegar à fase de julgamento, quando houver uma
situação de branqueamento de capitais. Mas, desde o tempo em que eu estou na
ARSEG, não tenho conhecimento de nenhuma situação de branqueamento de capitais
que tenha ocorrido no mercado segurador e no mercado do fundo de pensões",
apontou Aguinaldo Jaime.
Durante
a conferência de hoje, que contou com a presença de vários especialistas na
matéria, incluindo técnicos portugueses, a diretora da UIF, Francisca de Brito,
admitiu que Angola já tem legislação suficiente para lidar com estas situações.
O problema coloca-se, disse, na necessidade da respetiva regulamentação para os
vários setores de risco em termos de branqueamento de capitais.
"Esta
área [Seguros] não é, por excelência, o campo onde estes fenómenos se manifestam.
Ou seja, o risco de ocorrência deste tipo de ações na atividade seguradora é
médio ou baixo, é maior na atividade bancária. Ainda assim, esse risco existe,
nomeadamente nos seguros vida", admitiu Aguinaldo Jaime.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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