domingo, 31 de agosto de 2014

Grupo encena protesto junto ao local de votação para eleição do chefe do Executivo de Macau




Macau, China, 31 ago (Lusa) -- O exterior da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau, onde hoje decorre a eleição do chefe do Executivo, foi palco de uma performance em protesto contra o sistema eleitoral.

Treze ativistas envolvidos com o movimento pró-democracia juntaram-se no exterior do edifício onde leram um manifesto e encenaram uma performance de protesto.

Entre eles estava o académico Bill Chou, a professora Kam Sut Leng e o recém-eleito presidente da Associação Novo Macau, Sulu Sou.

Após a leitura de um manifesto, o grupo marchou ao som de um tambor. A cada quatro passos entoaram o nome de um dos 400 membros do colégio eleitoral - os únicos que podem votar para eleger o Chefe do Executivo - e ajoelhavam-se.

O ato, simbólico, pretendia demostrar sentimentos de vergonha e apelar aos membros do colégio para um voto em consciência.

"Lemos os nomes dos 400 membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, apelando às suas consciências e não aos seus interesses privados ou privilégios. Ajoelhamo-nos para lembrar as pessoas de Macau da vergonha, mas não para implorar nada aos membros da Comissão Eleitoral", explica o manifesto.

Os participantes no pequeno protesto fazem parte de diferentes associações que organizam ou apoiam o referendo civil, uma iniciativa que termina hoje e pretende aferir a opinião da população acerca da introdução do sufrágio universal para eleger o chefe do Governo.

O manifesto lido pelo grupo afirmava que "em muitos países a democracia e a liberdade são tão naturais como respirar", mas que em Macau são elementos "tão raros como o ar na lua".

O texto evidenciava também as tentativas frustradas do movimento, que já assistiu a sete detenções pela polícia desde que foi lançado o referendo informal, considerado ilegal pelas autoridades locais.

"Gritámos por democracia e liberdade, mas fomos acusados de plantar as sementes da desarmonia. Encenámos manifestações, mas fomos acusados de destruir a ordem social. Alguns jovens pediram justiça; foram acusados de serem gananciosos. Alguns professores tentaram convencer outros sobre a atual desigualdade social, mas foram oprimidos e acusados de não terem qualidade para desempenhar funções de professor", lembraram.

ISG // JCS - Lusa

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