Opera
Mundi, São Paulo
Congressista
norte-americano afirmou que Netanyahu quer combinar estratégia de defesa com
Estados Unidos e evitar que caso vá à Corte Penal Internacional
O
primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a políticos dos Estados
Unidos que ajudem Israel a se defender das acusações de que o país teria
cometido crimes de guerra durante a operação Margem Protetora na Faixa de Gaza.
A informação foi revelada pelo congressista norte-americano Steve Israel em
entrevista ao jornal New York Post.
“O
primeiro ministro nos pediu que trabalhássemos juntos para garantir que essa
estratégia de ir à Corte Penal Internacional não tenha sucesso”, disse o
político do partido Democrata ao jornal norte-americano. O congressista fez
parte de um grupo de deputados dos EUA que se encontrou com Netanyahu em Israel
nesta quarta-feira (06/08).
Líderes
palestinos tiveram uma reunião com representantes da Corte Penal Internacional
nesta semana em Haia, sede do organismo internacional na Holanda, para fazer um
pedido formal para participar do tribunal internacional. “Tudo o que aconteceu
nos últimos 28 dias são evidências claras de crimes de guerra cometidos por
Israel”, afirmou o Ministro de Assuntos Exteriores da Palestina, Riyad
al-Malki, depois do encontro.
“Nós
não temos dificuldade para demonstrar ou construir um caso. As evidências estão
lá para as pessoas verem e coletarem. Israel claramente violou o direito
internacional”, acusou.
O
congressista norte-americano disse ao New York Post que Netanyahu
“quer que os Estados Unidos usem todas as ferramentas que dispõem para, em
primeiro lugar, assegurar que o mundo saiba que crimes de guerra não foram
cometidos por Israel, mas sim pelo Hamas. E que Israel não pode ser julgado com
um peso diferente”.
Netanyahu
defendeu a conduta israelense na operação Margem Protetora durante uma coletiva
de imprensa na última quarta-feira, chamando a incursão militar de
“justificada” e “proporcional”.
Indícios
crescentes
A
Anistia Internacional (AI) informou nesta quinta-feira (07/08) que detectou
"indícios crescentes" de ataques aparentemente deliberados do
Exército de Israel contra hospitais e pessoal médico da Faixa de Gaza e pediu
que seja feita uma investigação imediata.
Segundo
esta organização pró-direitos humanos, esses supostos ataques causaram a morte
de seis responsáveis do corpo médico. Desde o dia 17 de julho, os ataques
contra hospitais, pessoal médico e pessoal de ambulância, incluindo quem
tentava retirar pessoas feridas nos ataques israelenses, se intensificaram, de
acordo com a AI.
Em
sua nota, a AI divulga vários testemunhos de médicos, enfermeiros e ambulâncias
que trabalham na região. "As espantosas descrições que os motoristas de
ambulância e outros membros do pessoal médico fazem da atroz situação na qual
têm que trabalhar, com bombas e balas matando ou ferindo seus colegas enquanto
tentam salvar vidas, ilustram a sombria realidade da vida em Gaza",
assinalou Philip Luther, diretor do Programa para o Oriente Médio e o Norte da
África da Anistia Internacional.
Luther
considerou que "ainda mais alarmantes são os crescentes indícios de que o
Exército israelense atacou centros ou profissionais de saúde". Ele ainda
lembra que "esses ataques estão terminantemente proibidos pelo direito
internacional e constituiriam crimes de guerra" e acrescenta que "só
servem para reforçar o argumento de que a situação deve ser enviada ao Tribunal
Penal Internacional".
A
organização denuncia que houve equipamentos médicos que foram impedidos de ser
levados a áreas críticas, privando assim centenas de civis feridos de uma
assistência que poderia salvar-lhes a vida e deixando famílias inteiras sem
ajuda para retirar os corpos de seus parentes.
Comissão
israelense
No
dia 3 de agosto, o
Exército israelense organizou uma equipe que tem como missão
recompilar informações e provas sobre a ofensiva contra o Hamas, em Gaza, para
se defender de eventuais acusações de crimes de guerra.
De
acordo com o jornal Haaretz, a equipe é liderada pelo chefe do Escritório
de Planejamento do Exército israelense, Nimrod Sheffer, e inclui membros da
Procuradoria Militar, do Comando Sul, da Divisão de Gaza e da Força Aérea.
Representantes do Ministério das Relações Exteriores também farão parte do
grupo.
O
trabalho da equipe será buscar provas que testemunhem o uso da população civil
como escudo humano por parte das facções armadas palestinas, em particular
vídeos e documentação em poder da Força Aérea.
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