quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NOVO BANCO ASSUME CRÉDITO DE 3,3 MIL MILHÕES DO BES ANGOLA




O crédito de 3,3 mil milhões de euros que o BES tinha concedido ao BES Angola passou para o Novo Banco, disse à Lusa fonte oficial do Banco de Portugal, acrescentando que o empréstimo passou totalmente provisionado.

O Económico noticiou em primeira mão que estava a ser ponderada a possibilidade de passar esse financiamento para o Novo Banco.

Fonte oficial do supervisor e regulador bancário foi questionada para saber onde ficou o crédito de 3,3 mil milhões de euros que o BES concedeu à sua filial BES Angola (onde detém cerca de 55% do capital).

Em resposta, o Banco de Portugal explicou que, apesar de a participação do BES no BES Angola ter ficado no 'bad bank' BES, decidiu "transferir os créditos concedidos a esta filial para o Novo Banco, embora totalmente provisionados".

O facto de os créditos terem passado totalmente provisionados (para fazerem face a perdas totais), diz o BdP, não significa que espera incumprimentos.

"A provisão total destes créditos constitui apenas uma medida de prudência e não reflecte, de forma alguma, uma ausência de expectativa de recuperação do crédito concedido", lê-se na resposta enviada à Lusa.

A entidade liderada por Carlos Costa diz ainda que nos últimos tempos antes de ter decidido intervir no BES que houve uma "forte interacção entre as Autoridades de Portugal e de Angola", com o Banco de Portugal a ter assumido a "expectativa de que a situação do BESA seria clarificada no curto prazo e sem impacto material no Banco Espírito Santo, S.A.".

Então, lembra o Banco de Portugal, o BESA tinha uma garantia soberana do Estado Angolano de 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 4 mil milhões de euros) para fazer face a incumprimentos em créditos.

Nos últimos dias, foi noticiado que essa garantia a que se refere o Banco de Portugal foi revogada ao mesmo tempo que o banco central de Angola tomou a decisão de intervir no BESA, impondo medidas de saneamento, pelo que o BES pode vir a ter de assumir perdas com incumprimentos no BESA devido à participação (maioritária) que ali detém.

Lusa, em Económico

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