sábado, 30 de agosto de 2014

PORTUGAL LIDERA LISTA DE VISTOS FALSOS EM ANGOLA




Estrangeiros que operam no país sem vistos de trabalho terão os dias contados

Portugal é, em Angola, o país estrangeiro que lidera a lista de cidadãos com vistos de trabalho falsos, segundo o subprocurador geral da República junto dos Serviços de Migração e Estrangeiros (SME), Neto Joaquim Neto.

O responsável que, falava em conferência de imprensa nesta Quarta-feira, nas instalações do SME, em Luanda, fez saber que foram instaurados processos crime para aferir a legalidade ou ilegalidade dos actos praticados.

Deste modo, os casos estão em fase de instrução processual, porém, o responsável achou por bem não adiantar números, porque existem outras nacionalidades envolvidas. Nigéria, Líbia, China, Turquia, Jordânia, Cote d’Ivoire, Cuba e Moçambique são os países que fazem parte lista.

As investigações vão continuar e os infractores terão os dias contados. Neto Joaquim Neto adiantou, na magna sala, que nos últimos meses foram apreendidos mais de 200 passaportes, sendo que a tendência é o número crescer até ao final do ano.

O rigor imposto pelas autoridades angolanas, no que concerne a documentação, obriga os cidadãos estrangeiros a recorrer ao mercado negro, que tem redes instaladas dentro e fora do país.

O valor do visto no mercado negro é superior ao que é cobrado pelos Serviços de Migração Estrangeiros, mas muitos preferem fugir dos SME, porque exercem de forma ilegal as suas actividades laborais.

A nova tabela dos SME estipula que o preço para a aquisição do visto de trabalho não é superior a quarenta mil Kwanzas e, como é evidente, há normas a seguir para ter o processo legal e concluído.

O visto de trabalho no mercado negro, segundo Neto Joaquim Neto, custa de cinco a 12 mil dólares norte americanos, valores que preocupam as autoridades e os cidadãos.

“As empresas que operam em Angola devem contribuir para o desenvolvimento, porque é do interesse do Estado angolano as empresas recorrerem aos SME para tratarem da situação dos trabalhadores estrangeiros”, alertou o subprocurador geral da República.

Neto Joaquim Neto adiantou que os estrangeiros que quiserem investir em Angola não podem recorrer aos trabalhadores fantasmas, porque estes não têm competência para os legalizar.

O porta-voz dos SME, Simão Milagres, fez saber que a movimentação das pessoas nos bairros é uma questão de segurança pública e de ordem pública onde quer que seja.

“No que toca a actividade específica, os SME desenvolvem processos de fiscalização permanente e sempre que forem denunciadas casos de imigrantes ilegais apuramos a legalidade dos documentos”, disse.

Em alguns casos, há cidadãos refugiados e se possuírem o estatuto são encaminhados para o Alto Comissariado das Nações Unidas para terem o devido tratamento e continuarem no país.

“Os cidadãos estrangeiros que não estiverem legais no país são levados para o centro de estrangeiros e posteriormente são convidados a abandonar o país”, disse o porta-voz dos SME. Para Simão Milagres, a acção de fiscalização tem permitido, a partir do aeroporto e mesmo nas fronteiras, controlar a entrada dos cidadãos estrangeiros que queiram viver em Angola.

Há também empresas estrangeiras que operam em Angola preocupadas e nos próximos dias vão dirigir-se aos Serviços Migração e Estrangeiros para aferir a sua situação, segundo o porta-voz.

Sebastião Félix – O País (ao)

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