Díli,
29 ago (Lusa) - Timor-Leste celebra sábado o 15.º aniversário da consulta
popular que restituiu a independência à meia ilha ocupada desde 1975 pela
Indonésia, mas o referendo foi apenas uma batalha ganha numa guerra que
continua pelo desenvolvimento do país.
Depois
de 24 anos de ocupação indonésia, a ONU propôs em maio de 1999, a criação de uma
missão para Timor-Leste para organizar uma consulta popular.
Era
a primeira vitória da resistência timorense, depois de mais de 20 anos a lutar
pela restauração da independência do país, proclamada unilateralmente a 28 de
novembro de 1975, após a saída de Portugal.
Estabelecida
em junho de 1999 pelo Conselho de Segurança, a Missão da ONU para Timor-Leste
chegou finalmente ao país e inicia o processo de recenseamento, enquanto
consegue que as forças favoráveis à independência e os partidos
integracionistas assinem um "Código de Conduta para os Participantes na
Consulta Popular".
A
Indonésia, responsabilizada pela ONU pela manutenção da paz e segurança em
Timor-Leste durante a consulta popular e pressionada pela comunidade
internacional, nomeia um novo comandante militar.
A
votação começa às 06:30 da manhã de 30 de agosto de 1999, cerca de três horas
depois de abertas as urnas quase 50 por cento dos eleitores já tinham votado. A
participação atingiu os 98,6 por cento.
Mais
um gesto da luta timorense que teve consequências imediatas. As milícias
pró-indonésias começam os ataques, que aumentaram a 04 de setembro com o
anúncio da contagem dos votos. Mais de 78 por centos dos eleitores dão a
vitória à independência.
A
seguir é lançada uma campanha de violência, destruição, deportações em massa,
roubos e incêndios. A população foge para as montanhas e a ONU abandona Díli.
A
15 de setembro, o Conselho de Segurança condena os atos de violência e exige
que os responsáveis sejam apresentados à justiça, cinco dias mais tarde entra
em Timor-Leste uma força liderada pela Austrália, a Interfet.
Timor-Leste
conquista a sua independência a 20 de maio de 2002, mas a guerra continua e
para a vencer falta conquistar a mais longa das batalhas, o desenvolvimento do
país, que segundo as autoridades timorenses, deverá ser de desenvolvimento
médio-alto até 2030.
MSE
// EL - Lusa
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