sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Moçambique: DESNUTRIÇÃO INFANTIL. GOVERNO E UNICEF PROCURAM SOLUÇÕES




Perto de 400 crianças que sofrem de desnutrição infantil moderada e aguda/grave estão cobertas por programas de reabilitação nutricional lançados no distrito da Moamba, província de Maputo, com o objectivo de estimular o seu crescimento saudável.

Trata-se de crianças beneficiárias do suplemento nutricional CSB, uma mistura enriquecida por nutrientes e ministrada a crianças com desnutrição moderada, bem como o suplemento plumpy nut (ATP), destinado a crianças com desnutrição crónica.

O programa inclui acções de demonstração culinária, suplementação com vitaminas e desparasitação com mebendazol e triagens nutricionais.

A iniciativa é levada a cabo pelas autoridades sanitárias em parceria com o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), no âmbito do Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica, este último coordenado pelo Ministério da Agricultura em coordenação com o Secretariado Técnico para a Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN).

Foi neste contexto que a cantora e compositora maliana Angélique Kidjo, na qualidade de Embaixadora de Boa Vontade do UNICEF, visitou ontem o Centro de Saúde da Moamba, onde manteve encontros com mães e crianças beneficiárias do projecto.

No local, Angélique Kidjo inteirou-se dos desafios das mulheres e crianças do bairro de Madinguine no combate à desnutrição aguda grave que atinge actualmente mais de 2,8 por cento das crianças daquele distrito.

Segundo a técnica de Nutrição da Direcção Distrital de Saúde e Acção Social na Moamba, Neuza Chilengue, as acções de reabilitação nutricional iniciadas em 2010 naquela zona da província de Maputo permitiram a redução da desnutrição em crianças de oito por cento para 2,8 em quatro anos.

“Temos realizado consultas de criança sadia e fazemos avaliação do estado nutricional, através da medição do peso, altura, perímetro branquial e, se a criança for diagnosticada com desnutrição aguda grave, encaminhamo-la para a consulta de crianças de risco”, explicou a técnica.

A embaixadora da boa vontade do UNICEF defendeu a necessidade de se dar cada vez mais atenção aos problemas específicos da criança que são o futuro do país, frisando que só com acesso à educação, saúde e condições básicas de habitabilidade é que se pode garantir um futuro risonho para as crianças vulneráveis.

“Reconheço o progresso admirável que foi alcançado pelo Governo no seu compromisso com o bem-estar das crianças, mas muito mais pode ser feito para garantir que elas se desenvolvam no máximo do seu potencial”, disse a cantora maliana radicada nos Estados Unidos.

Pelo menos 43 por cento das crianças moçambicanas menores de 5 anos apresentam desnutrição crónica, o mesmo que dizer que elas têm baixa altura e peso para a sua idade, um dos índices mais altos do mundo, apesar do forte desempenho económico e progresso robusto registado em outras áreas relacionadas com a saúde infantil, principalmente a mortalidade infantil, que diminuiu substancialmente na última década.

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