Perto
de 400 crianças que sofrem de desnutrição infantil moderada e aguda/grave estão
cobertas por programas de reabilitação nutricional lançados no distrito da
Moamba, província de Maputo, com o objectivo de estimular o seu crescimento
saudável.
Trata-se
de crianças beneficiárias do suplemento nutricional CSB, uma mistura
enriquecida por nutrientes e ministrada a crianças com desnutrição moderada,
bem como o suplemento plumpy nut (ATP), destinado a crianças com desnutrição
crónica.
O
programa inclui acções de demonstração culinária, suplementação com vitaminas e
desparasitação com mebendazol e triagens nutricionais.
A
iniciativa é levada a cabo pelas autoridades sanitárias em parceria com o Fundo
das Nações Unidas para Infância (UNICEF), no âmbito do Plano de Acção
Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica, este último coordenado
pelo Ministério da Agricultura em coordenação com o Secretariado Técnico para a
Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN).
Foi
neste contexto que a cantora e compositora maliana Angélique Kidjo, na
qualidade de Embaixadora de Boa Vontade do UNICEF, visitou ontem o Centro de
Saúde da Moamba, onde manteve encontros com mães e crianças beneficiárias do
projecto.
No
local, Angélique Kidjo inteirou-se dos desafios das mulheres e crianças do
bairro de Madinguine no combate à desnutrição aguda grave que atinge
actualmente mais de 2,8 por cento das crianças daquele distrito.
Segundo
a técnica de Nutrição da Direcção Distrital de Saúde e Acção Social na Moamba,
Neuza Chilengue, as acções de reabilitação nutricional iniciadas em 2010
naquela zona da província de Maputo permitiram a redução da desnutrição em
crianças de oito por cento para 2,8 em quatro anos.
“Temos
realizado consultas de criança sadia e fazemos avaliação do estado nutricional,
através da medição do peso, altura, perímetro branquial e, se a criança for
diagnosticada com desnutrição aguda grave, encaminhamo-la para a consulta de
crianças de risco”, explicou a técnica.
A
embaixadora da boa vontade do UNICEF defendeu a necessidade de se dar cada vez
mais atenção aos problemas específicos da criança que são o futuro do país,
frisando que só com acesso à educação, saúde e condições básicas de
habitabilidade é que se pode garantir um futuro risonho para as crianças vulneráveis.
“Reconheço
o progresso admirável que foi alcançado pelo Governo no seu compromisso com o
bem-estar das crianças, mas muito mais pode ser feito para garantir que elas se
desenvolvam no máximo do seu potencial”, disse a cantora maliana radicada nos
Estados Unidos.
Pelo
menos 43 por cento das crianças moçambicanas menores de 5 anos apresentam
desnutrição crónica, o mesmo que dizer que elas têm baixa altura e peso para a
sua idade, um dos índices mais altos do mundo, apesar do forte desempenho
económico e progresso robusto registado em outras áreas relacionadas com a
saúde infantil, principalmente a mortalidade infantil, que diminuiu
substancialmente na última década.
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(mz)
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