Afropress,
com informações do Portal Uol
S.
Paulo – A Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílio 2013 (PNAD) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) reforça dado que já é
sabido desde o Censo de 2010: os negros brasileiros (pretos e pardos) são
maioria no país, representando 53,1% da população de 202,7 milhões de
habitantes.
Segundo
dados da PNAD divulgados nesta quinta-feira (18/09) os autodeclarados pretos
cresceram 2,2 pontos percentuais, passando de 5,9% do total de brasileiros para
8,1% em 2013 – o equivalente a 5,4 milhões de pessoas – 2 vezes mais que a
população de Salvador na Bahia.
O
IBGE considera cinco tipos: pretos, pardos, amarelos, indígenas e brancos,
sendo que o grupo genérico de negros reúne pretos e pardos. Em 1.872, quando
foi realizado o primeiro Censo, a classificação era a seguinte: branco, preto,
pardo e caboclo. A categoria indígena foi incluída a partir de 1.991, quando a
classificação do IBGE passa a ser de cor ou raça.
Segundo
a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, o aumento da população preta e parda
reflete a forma como o brasileiro enxerga o ser preto no Brasil. “Isso tem
muita relação com as políticas de autoafirmação. As pessoas podem ter uma
consciência maior da sua cor. Também há a possibilidade da questão das cotas
[estudantis] influenciar essa decisão", afirma.
Maioria
negra
De
acordo com a pesquisadora a miscigenação da população é outra hipótese que pode
explicar o crescimento da população parda no país. Também está relacionada ao
fato das pessoas terem começado a assumir a sua própria identidade como ocorreu
com a atriz Jana Guinond, 43 anos, (foto) que passou, segundo conta por um
longo processo de aceitação até começar a responder preto à pesquisa. “Me
tornei negra, foi um processo. Eu sempre usava variações do termo mulata. Hoje,
pelo amor de Deus, não me chamem de mulata! Isso era fruto de o que eu aprendia
como sendo o negro na escola e nas ruas. E o que eu aprendia é que ser negro
era muito ruim", conta.
A
região Sudeste foi a que mais “perdeu brancos”. O percentual da população
autodeclarada branca, que era de 61,2% em 2004, caiu 7,4 pontos percentuais,
chegando a 53,8% em 2013, enquanto o número de pardos subiu 5,7 pontos
percentuais (o que corresponde a 36,8% da população) e o de pretos, 1,7 pontos
percentuais – 8,7%.
No
Sul, a população autodeclarada branca diminiu 5,7 pontos percentuais, passando
de 82,8% do total em 2004 para 77,1% em 2013. A população parda teve aumento de 4,7
pontos percentuais, chegando a 18%.
A
região Centro-Oeste teve a menor variação em 10 anos: a população autodeclarada
preta cresceu 1,9 ponto percentual e a parda 2,7 pontos percentuais. A
pesquisa ouviu 362.555 pessoas em 148.697 domicílios em todo o país.
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