quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Moçambique - Eleições: Dhlakama avisa que não aceitará terceiro acordo de paz




O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, garantiu na passada terça-feira, dia 16 de Setembro, em Chimoio, Manica, centro, que não aceitará um terceiro acordo de paz, após o primeiro assinado há 21 anos e o segundo há menos de duas semanas.

"Em 1992 assinei o acordo de Roma com (Joaquim) Chissano para implementar o multipartidarismo e agora, a 05 de setembro, um outro com (Armando) Guebuza para despartidarizar o Estado e as forças de segurança. Este deve ser o último", declarou Afonso Dhlakama.

Falando, terça-feira, num comício em Chimoio e que marca o arranque da sua campanha para as eleições gerais de 15 de Outubro, depois de reaparecer em público há duas semanas, o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido da oposição no país, disse que a "assinatura do segundo acordo demonstra brincadeira e falta de seriedade do Governo com o povo".

"Já não quero mais ouvir falar de acordos, este segundo deve ser o último", afirmou Afonso Dhlakama, cujo discurso foi interrompido várias vezes por aplausos de milhares de pessoas que encheram o estádio municipal de Chimoio.

Segundo o líder da Renamo, o segredo para não haver um terceiro acordo está no voto popular a 15 de Outubro e que vai ditar que o novo entendimento, assinado a 05 de Setembro, seja implementado, cumprido e respeitado.

"A decisão está no vosso voto, pois o povo é soberano, é que escolhe, é que pede para ser bem governado", disse Afonso Dhlakama num discurso curto, tanto em português como em chiduma, a língua falada na Gorongosa (Sofala), onde esteve nos últimos dois anos, quase metade dos quais escondido.

O presidente da Renamo libertou hoje duas pombas brancas, que sobrevoaram o estádio de futebol, e depois desapareceram, como símbolo da efetivação da paz, sustentando que é o lutador da democracia e libertador de Moçambique.

"Votem em Afonso Dhlakama e na Renamo. Assim não haverá um terceiro acordo", disse à multidão, que esperou longamente pelo comício, iniciado três horas depois da hora marcada.

Moçambique encontra-se em campanha eleitoral desde 31 de Agosto para as eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) marcadas para 15 de Outubro.

Dhlakama começou a campanha com mais de duas semanas de atraso, aguardando o fim das negociações com o Governo para o fim das confrontações militares que assolaram o país durante mais de um ano e meio.

O líder da Renamo só abandonou o seu refúgio na Gorongosa a 04 de Setembro, acompanhado por membros do corpo diplomático e da comunidade de Santo Egídio, tendo assinado no dia seguinte em Maputo com o Presidente da República, Armando Guebuza, o acordo para o fim das hostilidades militares.

Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana