O
líder da Renamo, Afonso Dhlakama, garantiu na passada terça-feira, dia 16 de
Setembro, em Chimoio, Manica, centro, que não aceitará um terceiro acordo de
paz, após o primeiro assinado há 21 anos e o segundo há menos de duas semanas.
"Em
1992 assinei o acordo de Roma com (Joaquim) Chissano para implementar o
multipartidarismo e agora, a 05 de setembro, um outro com (Armando) Guebuza
para despartidarizar o Estado e as forças de segurança. Este deve ser o
último", declarou Afonso Dhlakama.
Falando,
terça-feira, num comício em Chimoio e que marca o arranque da sua campanha para
as eleições gerais de 15 de Outubro, depois de reaparecer em público há duas
semanas, o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal
partido da oposição no país, disse que a "assinatura do segundo acordo
demonstra brincadeira e falta de seriedade do Governo com o povo".
"Já
não quero mais ouvir falar de acordos, este segundo deve ser o último",
afirmou Afonso Dhlakama, cujo discurso foi interrompido várias vezes por
aplausos de milhares de pessoas que encheram o estádio municipal de Chimoio.
Segundo
o líder da Renamo, o segredo para não haver um terceiro acordo está no voto
popular a 15 de Outubro e que vai ditar que o novo entendimento, assinado a 05
de Setembro, seja implementado, cumprido e respeitado.
"A
decisão está no vosso voto, pois o povo é soberano, é que escolhe, é que pede
para ser bem governado", disse Afonso Dhlakama num discurso curto, tanto
em português como em chiduma, a língua falada na Gorongosa (Sofala), onde
esteve nos últimos dois anos, quase metade dos quais escondido.
O
presidente da Renamo libertou hoje duas pombas brancas, que sobrevoaram o
estádio de futebol, e depois desapareceram, como símbolo da efetivação da paz,
sustentando que é o lutador da democracia e libertador de Moçambique.
"Votem
em Afonso Dhlakama
e na Renamo. Assim não haverá um terceiro acordo", disse à multidão, que
esperou longamente pelo comício, iniciado três horas depois da hora marcada.
Moçambique
encontra-se em campanha eleitoral desde 31 de Agosto para as eleições gerais (presidenciais,
legislativas e assembleias provinciais) marcadas para 15 de Outubro.
Dhlakama
começou a campanha com mais de duas semanas de atraso, aguardando o fim das
negociações com o Governo para o fim das confrontações militares que assolaram
o país durante mais de um ano e meio.
O
líder da Renamo só abandonou o seu refúgio na Gorongosa a 04 de Setembro,
acompanhado por membros do corpo diplomático e da comunidade de Santo Egídio,
tendo assinado no dia seguinte em Maputo com o Presidente da República, Armando
Guebuza, o acordo para o fim das hostilidades militares.
Lusa
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