sexta-feira, 12 de setembro de 2014

OMS AFIRMA QUE VÍRUS ÉBOLA JÁ CAUSOU MAIS DE 2.400 MORTES




Casos na África Ocidental aumentam mais rápido do que a capacidade de administrá-los, diz diretora da organização. Nos países afetados falta "quase tudo". Governo cubano anuncia envio de contingente de médicos à região.

O pior surto do vírus ebola da história já fez mais de 2.400 vítimas, anunciou nesta sexta-feira (12/09) a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para ajudar na tentativa de barrar a epidemia, o governo de Cuba declarou que irá enviar médicos e enfermeiras às nações da África Ocidental, local do surto.

"Até o dia 12 de setembro, contabilizamos 4.784 casos e mais de 2.400 mortes", confirmou a diretora da OMS, Margaret Chan. Um aumento de cerca cem vítimas desde a contagem anterior, anunciada na terça-feira.

A diretora da OMS não especificou se os números incluem também a Nigéria, que já conta 18 casos, sete destes fatais, desde o início da epidemia na Guiné, no começo do ano.

Chan exigiu uma resposta mais ágil da comunidade internacional. Ela afirmou à imprensa em Genebra, que "nos três países mais afetados, os números de casos avançam mais rapidamente do que a capacidade de administrá-los".

"A atual epidemia do ebola é a maior, mais complexa e mais severa nas quase quatro décadas de história da doença", alertou Chan.

Escassez de "quase tudo"

A ONU informou que irá "manter o curso" de suas ações contra a epidemia na Libéria, um dos países mais afetados – juntamente com a Guiné e Serra Leoa – cujo sistema de saúde, debilitado pela guerra, se encontrava em lenta recuperação quando a epidemia eclodiu.

A partir da primeira semana de outubro, 62 médicos e 103 enfermeiras de Cuba vão ao país, onde permanecerão por seis meses, garantiu Ojeda. Todos os profissionais já teriam "participado anteriormente de situações pós-catástrofes" e se voluntariaram para a missão, garantiu o ministro. Alguns deles, inclusive, já estariam em Serra Leoa.

Números aumentam a cada dia

Já na Libéria, a OMS relatou também que no país – que soma 2.300 casos e 1.200 mortes – 152 trabalhadores de saúde foram infectados, dos quais 79 morreram.

Ladsous, no entanto, diz que os números podem ser ainda maiores. "Sabemos que os dados atuais sobre as vítimas são certamente maiores, e aumentam exponencialmente a cada dia que passa. Todos reconhecem que essa é uma época particularmente ruim para a Libéria", relatou.

Também na quinta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que Libéria e Serra Leoa poderão ter seu crescimento econômico reduzido em até 3.5% em razão da epidemia do ebola. Segundo a organização, o surto afetou gravemente os setores de mineração, agricultura e de serviços.

RC/afp/rtr – Deutsche Welle

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