Casos
na África Ocidental aumentam mais rápido do que a capacidade de administrá-los,
diz diretora da organização. Nos países afetados falta "quase tudo".
Governo cubano anuncia envio de contingente de médicos à região.
O
pior surto do vírus ebola da história já fez mais de 2.400 vítimas, anunciou
nesta sexta-feira (12/09) a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para ajudar na
tentativa de barrar a epidemia, o governo de Cuba declarou que irá enviar
médicos e enfermeiras às nações da África Ocidental, local do surto.
"Até
o dia 12 de setembro, contabilizamos 4.784 casos e mais de 2.400 mortes",
confirmou a diretora da OMS, Margaret Chan. Um aumento de cerca cem vítimas
desde a contagem anterior, anunciada na terça-feira.
A
diretora da OMS não especificou se os números incluem também a Nigéria, que já
conta 18 casos, sete destes fatais, desde o início da epidemia na Guiné, no
começo do ano.
Chan
exigiu uma resposta mais ágil da comunidade internacional. Ela afirmou à
imprensa em Genebra, que "nos três países mais afetados, os números de
casos avançam mais rapidamente do que a capacidade de administrá-los".
"A
atual epidemia do ebola é a maior, mais complexa e mais severa nas quase quatro
décadas de história da doença", alertou Chan.
Escassez
de "quase tudo"
A
ONU informou que irá "manter o curso" de suas ações contra a epidemia
na Libéria, um dos países mais afetados – juntamente com a Guiné e Serra Leoa –
cujo sistema de saúde, debilitado pela guerra, se encontrava em lenta
recuperação quando a epidemia eclodiu.
A
partir da primeira semana de outubro, 62 médicos e 103 enfermeiras de Cuba vão
ao país, onde permanecerão por seis meses, garantiu Ojeda. Todos os
profissionais já teriam "participado anteriormente de situações
pós-catástrofes" e se voluntariaram para a missão, garantiu o ministro.
Alguns deles, inclusive, já estariam em Serra Leoa.
Números
aumentam a cada dia
Já
na Libéria, a OMS relatou também que no país – que soma 2.300 casos e 1.200
mortes – 152 trabalhadores de saúde foram infectados, dos quais 79 morreram.
Ladsous,
no entanto, diz que os números podem ser ainda maiores. "Sabemos que os
dados atuais sobre as vítimas são certamente maiores, e aumentam
exponencialmente a cada dia que passa. Todos reconhecem que essa é uma época
particularmente ruim para a Libéria", relatou.
Também
na quinta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que Libéria e
Serra Leoa poderão ter seu crescimento econômico reduzido em até 3.5% em razão
da epidemia do ebola. Segundo a organização, o surto afetou gravemente os
setores de mineração, agricultura e de serviços.
RC/afp/rtr
– Deutsche Welle
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