RENAMO
acusa o exército de bloquear o acesso à sede da sua delegação distrital em
Maríngué, província de Sofala. O partido da oposição diz que quer planear aí a
campanha, a polícia desconfia de treinos militares.
A
situação é denunciada por António Campira, delegado distrital da Resistência
Nacional Moçambicana (RENAMO) em Maríngué. Segundo Campira ,
as tropas governamentais, que instalaram a sua base militar nas imediações do
edifício da delegação distrital do maior partido de oposição moçambicana,
proíbem a aproximação de membros da RENAMO por alegadamente estarem a programar
ações que podem pôr em causa a ordem e tranquilidade públicas na região.
"Por
que estão a proibir a RENAMO de se aproximar e ficar na sua sede? Essa é a
nossa casa, é propriedade do partido", diz Campira.
Em
Maríngué, província central de Sofala, situava-se a maior base militar do braço
armado da RENAMO durante a guerra dos 16 anos. O edifício da RENAMO, atualmente
arruinado, foi abandonado durante o recente período de tensão político-militar
no país.
Segundo
António Campira, o caso foi reportado há cerca de duas semanas ao comando
distrital da Polícia da República de Moçambique. Porém, até agora, a RENAMO
continua à espera de uma resposta e o partido é obrigado a planificar as ações
de campanha num sítio "não apropriado".
"Abandonámos
o edifício no dia 28 de outubro de 2013 devido aos conflitos. Como somos
políticos, afastámo-nos", conta o delegado distrital da RENAMO.
"Depois
de se chegar a um consenso no diálogo entre o Governo e a RENAMO e com a
promulgação da Lei de Amnistia, a província deu-nos ordem para ir para a nossa
sede, fazer limpeza, começar a trabalhar." Mas, segundo Campira, até agora
isso ainda não foi possível.
Em
entrevista à DW África, Arune Juma, comandante da Polícia da República de
Moçambique no distrito de Maríngué, diz ter recebido a queixa RENAMO. Porém, no
seu entender, o partido não pretende só fazer reuniões, mas também treinos
militares.
Destruição
de material de campanha?
Por
outro lado, a RENAMO em Maríngué acusa a FRELIMO, o partido no poder em
Moçambique, de perturbar o decurso normal da sua campanha eleitoral, tendo
destruído material de campanha.
Por
seu turno, André Chidacua, primeiro secretário distrital da Frente de
Libertação de Moçambique (FRELIMO), refuta as acusações da RENAMO e diz que o
seu partido se tem pautado pelo civismo desde o início da campanha eleitoral.
"Essa
acusação é uma mentira", diz. "Desde que a campanha começou no dia 31
de agosto os nossos membros pautam-se pelo bom ambiente, sem provocações."
Elias
Lampião, presidente da Comissão Distrital de Eleições em Maríngué, confirma ter
recebido a queixa da RENAMO.
"A
RENAMO fez uma nota à comissão devido à colocação dos panfletos num
estabelecimento comercial pertencente a um membro do partido FRELIMO",
explica Lampião. "Quando o dono do estabelecimento viu o panfleto, tirou-o
e foi deixá-lo ao comando. Foi por a RENAMO não gostar dessa atitude que fez a reclamação."
Arcénio
Sebastião (Sofala) – Deutsche Welle
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