Diário
Liberdade - Galiza - Institucional
Galiza - NÓS-UP - A bateria de
informaçom sobre a corrupçom generalizada das elites espanholas: económicas,
financeiras, políticas e "sindicais", nom é casual.
O
regime pós-franquista é plenamente consciente da grave e profunda crise de
legitimidade a que se vê submetido por cada vez maiores setores populares. Sabe
que os pactos da Transiçom estám esgotados e devem ser renegociados para
assegurar a perpetuaçom do modelo pactuado polos poderes fácticos e o
capitalismo internacional há agora quatro décadas.
Para
garantir a su continuidade há que evitar que o povo tenhamos voz e capacidade
de influir e decidir o nosso futuro coletivo. Ao igual que na metade da década
de setenta do século passado, há que furtar a mais mínima possibilidade de umha
saída rupturista e democrática. Qualquer tentativa de abrir um processo
constituinte deve ser imediatamente impossibilitado.
Que
melhor maneira para afastar os setores populares do ámbito político e público
que identificar este espaço com a corrupçom e homologar todas as forças
politicas com roubo e corrupçom?
Com
a implementaçom da doutrina do shock que abafa e paralisa o povo, o sistema
leva anos a tentar ganhar tempo para negociar e procurar umha saída ordenada.
Assim foi com a lavagem de cara da monarquia bourbónica no mês de junho,
substituindo o corrupto Juan Carlos polo seu filho.
Mas,
para além da estratégia em curso, na qual há múltiplos interesses e também
inumeráveis contradiçons, a tática de arejar o roubo generalizado da burguesia
e dos partidos que a sostenhem pretende impossibilitar ou, no melhor dos casos,
dificultar o exercício do direito a decidir do povo catalám. Ao mesmo tempo,
pretendem gorar os processos de auto-organizaçom e luita popular por fora da
esquerda sistémica.
Querem
desmoralizar-nos, que sigamos instaladas na resignaçom e no conformismo.
Demonstrar que nom é possível umha alternativa. Mas nom o conseguirám.
Obviamente,
as elites dos partidos e sindicatos do regime -tanto os de ámbito estatal como
nacional-, nom som mais que ninhos e escolas de corrupçom.
As
milionárias comissons da família Pujol e Bourbon, o financiamento irregular do
PP de Bárcenas, Aznar e Rajói, os "cartons black" dos diretivos e
conselheiros de Bankia, as operaçons Campeom, Carioca ou Pokémon, os buracos
negros de CCOO e UGT, os casos Filesa ou Guerra do PSOE... som milhares de
casos divulgados e muitos mais ainda ocultos. Todos eles constatam que estamos
governados por umha predadora casta cleptocrática que se enriquece sem o mais
mínimo pudor, enquanto impom umhas políticas económicas, laborais e sociais que
só provocam miséria na maioria social.
Perante
este estado de cousas, de nada valem mais analgésicos sociais, mais promessas
de reformas, comissons de investigaçom condenadas a levantar o véu do
esquecimento.
Há
que aplicar imediatas medidas de choque, rápidas, eficazes e exemplarizantes
contra a corrupçom, o clientelismo e os privilégios da casta política.
Algumhas
já estám recolhidas no Programa Tático para a Rebeliom Popular (PTRP) elaborado
por NÓS-UP. Por exemplo:
-Inabilitaçom
de todos aqueles cargos públicos e dirigentes políticos envolvidos em casos de
corrupçom.
-Aplicaçom
de sistemas de controlo para representantes públicos mediante mecanismos de
revogabilidade e fiscalizaçom popular.
-Limitaçom
de mandatos públicos a duas legislaturas e da quantia dos salários dos cargos
públicos à média dos salários existentes na Galiza atual.
-Eliminaçom
da condiçom de aforados dos cargos públicos.
Mas
nom há mais antídoto contra tanta corrupçom e roubo que a ruptura com o sistema
mediante a abertura de um processo constituinte. É necessário, pois, constituir
um amplo bloco popular de caráter nacional, um pólo patriótico rupturista, que
aposte sem ambigüidades na superaçom do modelo da Constituiçom espanhola de
1978 e na construçom de umha sociedade justa e igualitária, alicerçada nuns
novos valores. Isto só é possível num Estado galego plenamente soberano.
NÓS-UP
nom cessará em trabalhar na defesa e construçom desta alternativa democrática
que demanda a maioria do nosso povo.
Direçom
Nacional de NÓS-UP
Galiza,
25 de outubro de 2014
*Os textos originários de Diário Liberdade, escritos em galego, que em quase
nada são diferentes do português, mostram a sua expressão lusófona. Aliás, acreditamos que com toda a legitimidade a
Galiza, região dominada por Castela e província de Espanha, deve ser integrada
na CPLP sob estatuto adequado e compatível com a sua situação, reconhecida como
membro de pleno direito, atendendo aos laços históricos, culturais e vontade significativa dos galegos.
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