quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Hong Kong: Manifestações continuam. Chefe do Executivo apupado no Dia Nacional da China




Manifestações estendem-se à zona de comemorações do Dia Nacional da China

01 de Outubro de 2014, 08:01

Hong Kong, China, 01 out (Lusa) - As manifestações pela democracia e pelo sufrágio universal em Hong Kong estenderam-se esta noite à zona onde está prevista a cerimónia do hastear da bandeira nas celebrações do Dia Nacional da China, na quarta-feira.

Grupos de manifestantes concentrados em Admiralty, zona onde se encontram os escritórios centrais do governo local, começaram por volta da meia-noite (17:00 em Lisboa) a deslocar-se para a praça 'Bauhinia Dourada', cujo acesso já se encontrava bloqueado por agentes da polícia.

Os manifestantes deslocaram-se para a praça Bauhinia Dourada, que tem o nome da flor-emblema da Região Administrativa Especial de Hong Kong, numa altura em que estavam em vigor avisos meteorológicos de trovoada, e amarelo de chuva forte entretanto levantados.

Pelas 06:30 de quarta-feira em Hong Kong (23:30 em Lisboa), não chovia e os manifestantes aguardavam na zona pelo início das celebrações do Dia Mundial da China, marcado para as 8:00 (01:00 em Lisboa).

Estudantes circulavam entre os manifestantes com cartazes e ecoando 'slogans' de apelo à não violência: 'Nós somos estudantes e dizemos não à violência".

A decisão de levar manifestações em prol da democracia em Hong Kong para a cerimónia do içar da bandeira não agradou a todos.

"Partes do movimento não apoiam a ideia de ir para aquela praça porque não queremos que a sociedade pense que estamos a criar muita confusão com esta campanha. É muito sensível porque é o Dia Nacional da China", disse à agência Lusa grau Yiu, de 23 anos.

"Não queremos dar nenhuma desculpa à polícia para usar a violência outra vez", acrescentou o funcionário de terra do aeroporto.

O amigo que o acompanha, Luigi Cheung, de 31 anos, subscreveu a ideia de voltar para o protesto instalado em Admiralty.

Já outros ativistas prognosticaram que a concentração junto ao local do hastear da bandeira deverá decorrer pacificamente e sem perturbar as cerimónias. "Só queremos falar com o chefe do Executivo", disse uma jovem não identificada.

O eventual regresso da chuva também não amedronta os manifestantes. "O tempo não nos vai parar. Depois da chuva, as flores vão florescer mais depressa e vamos criar uma floresta", disse Luigi Cheung, diretor de arte do grupo ActKi.

"Se realmente queremos este lugar e se formos criados neste lugar, então temos de lutar", sublinhou Gary Yiu.

A praça Bauhinia Dourada fica na zona de Wan Chai, adjacente a Admiralty, onde têm decorrido protestos.

FV/ANC // JPS

Festejos do Dia Nacional da China arrancam em ambiente pacífico

01 de Outubro de 2014, 12:44

Hong Kong, China, 01 out (Lusa) - As celebrações do Dia Nacional da China arrancaram hoje sem incidentes em Hong Kong, com os estudantes a pedirem a nomeação civil dos futuros candidatos ao chefe do Executivo e a democracia plena, entre apelos à não-violência.

As cerimónias tiveram início pelas 08:00 com o hastear da bandeira na Praça Bauhinia Dourada, que tem o nome da flor-emblema da Região Administrativa Especial de Hong Kong.

O chefe do Executivo de Hong Kong e governantes foram recebidos pelos manifestantes ali concentrados com apupos, mas de forma ordeira e pacífica.

O início das celebrações do Dia Nacional da China foi, também, diferente para o deputado ao Conselho Legislativo de Hong Kong Leung Kwok-hung, conhecido por "long hair" (cabelos compridos), que todos os anos se dirige à zona para protestar, mas é bloqueado pelas autoridades.

"Esta foi a primeira vez que nos deixaram passar porque os estudantes estão aqui", disse à agência Lusa Mark Lee, um dos elementos que formava uma alegórica representação fúnebre ao Partido Comunista Chinês (PCC).

Este mesmo cortejo circulou durante breves minutos entre as duas entradas, bloqueadas, da praça com mensagens a defender o fim do comunismo e partido único na China.

"Como o PCC é muito poderoso, se a China não se tornar democrática, vai ser difícil alcançarmos uma verdadeira e justa democracia em Hong Kong", afirmou o m esmo responsável.

"Este é o maior protesto e o mais pacífico ao qual eu já assisti com zero violência, só (quebrada) pelo governo", sublinhou.

Estudantes e membros do movimento pró-democracia 'Occupy Central' pedem a demissão do chefe do Executivo de Hong Kong e a eleição direta dos futuros candidatos a líderes da região.

FV // JCS

Dirigente do 'Occupy Central' pede continuação das manifestações

01 de Outubro de 2014, 08:53

Hong Kong, China, 01 out (Lusa) - Um dirigente do movimento 'Occupy Central' condenou a violência e defendeu a continuidade dos protestos nos próximos dias, num discurso para os manifestantes na noite de terça-feira junto à sede do governo.

"Precisamos de prosseguir com a democracia", afirmou Chan Kin Man, ao referir a necessidade de serem mantidos os vários locais de protestos no centro financeiro e de negócios de Hong Kong.

Numa intervenção em Admiralty (sede do governo), em que começou por invocar o lançamento, no domingo, de gás lacrimogêneo sobre os manifestantes, Chan Kin Man repetiu apelos aos estudantes para não reagirem a eventuais novas ações de violência.

Depois explicou os dois objetivos do 'Occupy Central': a demissão do chefe do Executivo, CY Leung, e a revogação da decisão tomada no final de agosto pelo governo central, de que o candidato a líder da região de Hong Kong deve ser sujeito a um processo de pré-seleção por Pequim.

"O governo tem a polícia, a autoridade e o dinheiro. Nós cidadãos, temos o nosso próprio sonho, e temos a humanidade e a justiça, por isso devemos ganhar", concluiu.

Já Eason Chung, secretário-geral da Federação de Estudantes, disse à agência Lusa que a organização "pondera estender a ação de protesto com bloqueios a direções do governo", mas sem avançar mais explicações.

FV// JPS

Chefe do Executivo destaca o que diz ser "melhoria" do sistema

01 de Outubro de 2014, 13:44

Hong Kong, China, 01 out (Lusa) -- O líder do Governo de Hong Kong, Leung Chung-ying, destacou hoje a "melhoria" do sistema eleitoral aprovado por Pequim para 2017 que garante um "voto por pessoa", apesar da população ter de escolher entre candidatos triados pelo comité eleitoral.

"É entendível que muita gente diferente tenha diferentes opiniões sobre o sistema desejável. Mas é melhor ter sufrágio universal que o não ter. É definitivamente melhor que o líder local seja eleito por cinco milhões de votantes que por 1.200 pessoas", defendeu Leung Chung-ying na cerimónia do hastear da bandeira por ocasião do Dia Nacional da China que hoje se assinala.

O mesmo responsável respondia, assim, aos milhares de manifestantes que continuam a ocupar as ruas do centro da cidade e que, hoje, apesar de em menor número, continuavam em protesto e apuparam o Executivo antes do início da cerimónia, exigindo não só a demissão do líder do Governo como a democracia plena na cidade.

Após a cerimónia do hastear da bandeira, Leung Chung-ying juntou, num brinde, muitas das personalidades de Hong Kong, sempre secundado por protestos dos estudantes que, na cerimónia em si, se mantiveram silenciosos e ordenados.

Entre os manifestantes estava o líder estudantil Joshua Wong, de 17 anos, detido no sábado e libertado no dia seguinte.

À chegada de Leung Chung-ying, um grupo de manifestantes gritava "abaixo 689", numa referência aos 689 votos que este recolheu quando foi eleito em 2012.

No mesmo local, outro grupo, mas de apoiantes do Executivo, gritou algumas palavras de ordem a favor do Chefe do Governo.

A Região Administrativa Especial de Hong Kong tem sido palco de protestos, contra a recusa de Pequim em admitir o sufrágio universal para a eleição do chefe do executivo local, que ganharam uma dimensão inesperada.

No domingo, a polícia antimotim recorreu a gás pimenta e gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes após o intensificar dos protestos nas ruas durante o fim de semana, altura em que o movimento 'Occupy Central' se juntou a protestos estudantis, antecipando o início da sua campanha de desobediência civil prevista para arrancar na quarta-feira, dia 01 de outubro, Dia Nacional da República Popular da China.

Os protestos são motivados pela decisão de Pequim que anunciou, em 31 de agosto, que os aspirantes ao cargo de chefe do executivo de Hong Kong vão precisar de reunir o apoio prévio de mais de metade dos membros de um comité de nomeação, controlado pelo governo central chinês, para poderem concorrer à próxima eleição e que apenas dois ou três candidatos serão selecionados.

A população de Hong Kong poderá exercer o seu direito de voto mas só depois daquilo que os democratas designam de 'triagem'.

A China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200 pessoas, que poderia escolher diretamente o seu líder em 2017.

JCS (DM) // JCS

Movimento vai "aumentar consciencialização da população" - líder estudantil

01 de Outubro de 2014, 15:19

Hong Kong, China, 01 out (Lusa) - O líder do movimento estudantil que em Hong Kong exige o sufrágio universal pleno para a eleição do chefe do Governo, Eason Chung Yi-wa, disse que o movimento pró-democrata visa "aumentar a consciencialização da população".

"Queremos que um cada vez maior número de pessoas se aperceba do que lhe corresponde: do seu direito de voto", destacou o dirigente estudantil numa entrevista à agência Efe, junto ao palco improvisado instalado no centro do local de manifestação, perto da entrada da sede do Governo, em Admiralty.

Como um dos secretários-gerais da Federação de Estudantes, organização que apelou ao boicote às aulas e, posteriormente, à ocupação das ruas do centro da cidade, o jovem admite estar impressionado com a magnitude adquirida pelo movimento.

"Quando anunciámos o boicote não pensamos que teríamos uma resposta tão esmagadora", admitiu o estudante universitário, manifestando-se mesmo emocionado com os acontecimentos que colocaram Hong Kong no centro mediático do mundo.

Eason Chung Yi-wa explicou também que o movimento começou com pequenos eventos e planos na universidade e acabou em confrontos com a polícia depois de os agentes antimotim terem tentado reprimir a manifestação, recorrendo a gás pimenta no início dos protestos.

"Então todo o mundo se sentiu parte da nossa luta e começou a aumentar o número de pessoas que se juntaram", recordou ao salientar que espera hoje, quando se celebra o Dia Nacional da China, que mais pessoas se juntem ao movimento por democracia plena na cidade.

Eason Chung Yi-wa disse também não haver ainda um plano para as ações populares de hoje do movimento que está bem organizado e estruturado, mas não tem um líder formal.

A Região Administrativa Especial de Hong Kong tem sido palco de protestos, contra a recusa de Pequim em admitir o sufrágio universal para a eleição do chefe do executivo local, que ganharam uma dimensão inesperada.

No domingo, a polícia antimotim recorreu a gás pimenta e gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes após o intensificar dos protestos nas ruas durante o fim de semana, altura em que o movimento 'Occupy Central' se juntou a protestos estudantis, antecipando o início da sua campanha de desobediência civil prevista para arrancar na quarta-feira, dia 01 de outubro, Dia Nacional da República Popular da China.

Os protestos são motivados pela decisão de Pequim que anunciou, em 31 de agosto, que os aspirantes ao cargo de chefe do executivo de Hong Kong vão precisar de reunir o apoio prévio de mais de metade dos membros de um comité de nomeação, controlado pelo governo central chinês, para poderem concorrer à próxima eleição e que apenas dois ou três candidatos serão selecionados.

A população de Hong Kong poderá exercer o seu direito de voto mas só depois daquilo que os democratas designam de 'triagem'.

A China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200 pessoas, que poderia escolher diretamente o seu líder em 2017.

JCS (DM) // PJA

*Título PG

Leia mais sobre Hong Kong e Macau no Página Global em ÁSIA

Sem comentários:

Mais lidas da semana