Lou
Shuo – Ponto Final (mo)
O
activista e ex-presidente da Associação Novo Macau Jason Chao esclareceu ontem
ao PONTO FINAL que a actividade pró-democracia no novo campus da Universidade
de Macau (UM) agendada para esta sexta-feira, “não é uma manifestação”, mas um
debate. O evento tinha sido anunciado com o primeiro protesto de sempre na Ilha
da Montanha.
A
organização está agora a preparar três mesas redondas para discutir os temas
que motivaram a convocatória, feita na semana passada, para uma manifestação no
campus universitário. A saber: os alegados casos de assédio sexual na UM, a
qualidade da construção do novo campus e a liberdade académica. O protesto,
afirma Jason Chao, será organizado só “no futuro”.
Os
debates deverão decorrer na praça em frente à Biblioteca Wu Yee Sun da universidade,
a partir das 18h30. Apesar de já não ser uma manifestação, o activista entende
que a actividade é “histórica” por ser “a primeira concretização do direito de
liberdade de reunião da população de Macau na Ilha da Montanha”.
O
evento está a ser promovido nas redes sociais. Na página do Facebook apenas 42
pessoas tinham, até à tarde de ontem, confirmado presença nos debate – com
destaque para Bill Chou, ex-professor de Ciência Política da UM, alvo de um
processo disciplinar por activismo político. “É muito difícil saber quantas
pessoas vão participar nos debates”, diz Jason Chao.
Entre
a lista de convidados para participar nos debates estão o reitor da UM, Zho
Wei, e a professora do Departamento de Comunicação e comentadora política Agnes
Lam.
A
Novo Macau notificou o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais sobre a
reunião na Ilha da Montanha. Até às três da tarde de ontem, o Governo não
levantou qualquer obstáculo à realização do evento.
“Se
não recebermos nenhuma resposta negativa até as seis da manhã [de hoje] quer
dizer que nenhuma autoridade vai conseguir parar-nos”, remata Jason Chao. Na
semana passada, o activista disse ter receios de que “as autoridades façam algo
para impedir a actividade”.
Apesar
de estar do outro lado da fronteira, o terreno onde está instalada a
universidade é administrado por Macau: aplicam-se as mesmas leis da RAEM,
incluindo a que regula o direito à manifestação.
Sem comentários:
Enviar um comentário