quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Macau: Jason Chao reduz manifestação na Ilha da Montanha a debate



Lou Shuo – Ponto Final (mo)

O activista e ex-presidente da Associação Novo Macau Jason Chao esclareceu ontem ao PONTO FINAL que a actividade pró-democracia no novo campus da Universidade de Macau (UM) agendada para esta sexta-feira, “não é uma manifestação”, mas um debate. O evento tinha sido anunciado com o primeiro protesto de sempre na Ilha da Montanha.

A organização está agora a preparar três mesas redondas para discutir os temas que motivaram a convocatória, feita na semana passada, para uma manifestação no campus universitário. A saber: os alegados casos de assédio sexual na UM, a qualidade da construção do novo campus e a liberdade académica. O protesto, afirma Jason Chao, será organizado só “no futuro”.

Os debates deverão decorrer na praça em frente à Biblioteca Wu Yee Sun da universidade, a partir das 18h30. Apesar de já não ser uma manifestação, o activista entende que a actividade é “histórica” por ser “a primeira concretização do direito de liberdade de reunião da população de Macau na Ilha da Montanha”.

O evento está a ser promovido nas redes sociais. Na página do Facebook apenas 42 pessoas tinham, até à tarde de ontem, confirmado presença nos debate – com destaque para Bill Chou, ex-professor de Ciência Política da UM, alvo de um processo disciplinar por activismo político. “É muito difícil saber quantas pessoas vão participar nos debates”, diz Jason Chao.

Entre a lista de convidados para participar nos debates estão o reitor da UM, Zho Wei, e a professora do Departamento de Comunicação e comentadora política Agnes Lam.

A Novo Macau notificou o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais sobre a reunião na Ilha da Montanha. Até às três da tarde de ontem, o Governo não levantou qualquer obstáculo à realização do evento.

“Se não recebermos nenhuma resposta negativa até as seis da manhã [de hoje] quer dizer que nenhuma autoridade vai conseguir parar-nos”, remata Jason Chao. Na semana passada, o activista disse ter receios de que “as autoridades façam algo para impedir a actividade”.

Apesar de estar do outro lado da fronteira, o terreno onde está instalada a universidade é administrado por Macau: aplicam-se as mesmas leis da RAEM, incluindo a que regula o direito à manifestação.

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