Díli,
16 out (Lusa) - A petrolífera estatal australiana Woodside continua empenhada
em desenvolver o campo de gás Greater Sunrise, situado na costa sul timorense,
em conjunto com as autoridades de Timor-Leste, revela hoje a empresa no
relatório relativo ao terceiro trimestre do ano.
"Durante
o trimestre (entre julho e setembro), os governos de Timor-Leste e a Austrália
concordaram adiar por seis meses o litígio relativo ao Tratado sobre Certos
Ajustes Marítimos no Mar Timor (CMATS), enquanto procuram negociar uma solução
aceitável", refere a empresa no relatório.
"A
Woodside continua empenhada em desenvolver (a exploração) do Greater
Sunrise", sublinha.
No
início de setembro, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) adiou o início
das audições a Timor-Leste e à Austrália na sequência de um pedido feito pelos
dois países.
Segundo
o TIJ, Timor-Leste e a Austrália enviaram uma carta conjunta a pedir para
"adiar a audiência para tentarem encontrar uma solução amigável".
O
TIJ está a analisar uma queixa feita por Timor-Leste contra a Austrália, depois
de os serviços secretos australianos terem feitos rusgas ao escritório e
residência de um advogado australiano que representa as autoridades timorenses
no caso das acusações de espionagem e apreendido documentos.
As
rusgas ao escritório e residência do advogado timorense ocorreram após
Timor-Leste ter acusado formalmente, junto do tribunal arbitral de Haia, a
Austrália de espionagem quando estava a ser negociado o Tratado sobre Certos
Ajustes Marítimos no Mar de Timor (CMATS), em 2004.
O
processo de espionagem também está a ser tratado em Haia, mas pelo Tribunal
Permanente de Arbitragem.
Com
a arbitragem internacional, Timor-Leste pretende ver o tratado anulado, podendo
assim negociar a limitação das fronteiras marítimas e tirar todos os proveitos
da exploração do campo de gás de Greater Sunrise, que vale milhares de milhões
de
MSE
// JPS - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário