Estudo
constata que, ao contrário do que muitos acreditam, estrangeiros residentes na
Alemanha não sobrecarregam os fundos sociais, em vez disso, são responsáveis
por um enorme superávit.
Em
2012, os 6,6 milhões de estrangeiros que viviam na Alemanha contribuíram com um
superávit de 22 bilhões de euros para os fundos de bem-estar social. Isso
significa que, em média, cada pessoa sem passaporte alemão paga por ano em
impostos e encargos sociais 3,3 mil euros a mais do que recebe em benefícios do
Estado.
O
estudo, encomendado pela Fundação Bertelsmann e realizado pelo Centro de
Pesquisa Econômica Europeia (ZEW, na sigla em alemão), foi divulgado nesta
quinta-feira (27/11) em Gütersloh.
Uma
pesquisa anterior, encomendada pela fundação em 2012, constatou que dois terços
dos alemães acreditam que a imigração sobrecarrega o sistema de bem-estar
social. Segundo a Fundação Bertelsmann, os resultados do estudo divulgado nesta
quinta-feira rebatem essa opinião.
Mais
educação, mais contribuição
Já
em 2004, os estrangeiros foram responsáveis por um superávit de 2 mil euros
para os fundos sociais do governo alemão, informou a Fundação Berteslmann,
explicando que o desenvolvimento favorável do mercado de trabalho acarretou o
crescimento das contribuições.
A
atual pesquisa constatou ainda que, embora os estrangeiros paguem bem menos
impostos que os alemães e, por esse motivo, recorrem frequentemente a
transferências sociais, no final, eles contribuem para um excedente
orçamentário. E sua contribuição poderia aumentar significantemente com a
elevação do nível educacional e profissional dos imigrantes.
Se
os estrangeiros abaixo dos 30 anos, que residem atualmente na Alemanha,
alcançassem o mesmo nível educacional de seus concidadãos alemães, eles
poderiam chegar a um saldo positivo de 118 mil euros em impostos e tributos ao
longo de sua vida, por meio de melhores chances de emprego, afirmou o estudo.
Cúpula
de integração
Por
esse motivo, Holger Bonin, autor do estudo do ZEW, defende uma migração
direcionada: "Quanto mais qualificado for o imigrante, maior sua
contribuição para o financiamento dos cofres públicos", explicou Bonin.
De
acordo com os resultados, cada cidadão alemão poderia ser aliviado fiscalmente
em 400 euros, se a Alemanha recebesse, futuramente, ao menos 200 mil imigrantes
por ano – contanto que 30% desses sejam altamente qualificados e 50% possuam
média qualificação profissional.
No
entanto, com uma formação escolar inferior à dos alemães, imigrantes e alemães
de origem estrangeira raramente conseguem uma vaga em programas de formação
profissional.
O
avanço no setor educacional é o tema da cúpula de integração, que acontecerá na
próxima segunda-feira, com a presença da chanceler federal alemã, Angela
Merkel,e de representantes do governo federal, estadual, da sociedade civil e
de empresas alemãs.
CA/epd/kna/dpa/afp - Deutsche Welle
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