domingo, 30 de novembro de 2014

UE: Imigrantes geram saldo positivo bilionário para cofres alemães




Estudo constata que, ao contrário do que muitos acreditam, estrangeiros residentes na Alemanha não sobrecarregam os fundos sociais, em vez disso, são responsáveis por um enorme superávit.

Em 2012, os 6,6 milhões de estrangeiros que viviam na Alemanha contribuíram com um superávit de 22 bilhões de euros para os fundos de bem-estar social. Isso significa que, em média, cada pessoa sem passaporte alemão paga por ano em impostos e encargos sociais 3,3 mil euros a mais do que recebe em benefícios do Estado.

O estudo, encomendado pela Fundação Bertelsmann e realizado pelo Centro de Pesquisa Econômica Europeia (ZEW, na sigla em alemão), foi divulgado nesta quinta-feira (27/11) em Gütersloh.

Uma pesquisa anterior, encomendada pela fundação em 2012, constatou que dois terços dos alemães acreditam que a imigração sobrecarrega o sistema de bem-estar social. Segundo a Fundação Bertelsmann, os resultados do estudo divulgado nesta quinta-feira rebatem essa opinião.

Mais educação, mais contribuição

Já em 2004, os estrangeiros foram responsáveis por um superávit de 2 mil euros para os fundos sociais do governo alemão, informou a Fundação Berteslmann, explicando que o desenvolvimento favorável do mercado de trabalho acarretou o crescimento das contribuições.

A atual pesquisa constatou ainda que, embora os estrangeiros paguem bem menos impostos que os alemães e, por esse motivo, recorrem frequentemente a transferências sociais, no final, eles contribuem para um excedente orçamentário. E sua contribuição poderia aumentar significantemente com a elevação do nível educacional e profissional dos imigrantes.

Se os estrangeiros abaixo dos 30 anos, que residem atualmente na Alemanha, alcançassem o mesmo nível educacional de seus concidadãos alemães, eles poderiam chegar a um saldo positivo de 118 mil euros em impostos e tributos ao longo de sua vida, por meio de melhores chances de emprego, afirmou o estudo.

Cúpula de integração

Por esse motivo, Holger Bonin, autor do estudo do ZEW, defende uma migração direcionada: "Quanto mais qualificado for o imigrante, maior sua contribuição para o financiamento dos cofres públicos", explicou Bonin.

De acordo com os resultados, cada cidadão alemão poderia ser aliviado fiscalmente em 400 euros, se a Alemanha recebesse, futuramente, ao menos 200 mil imigrantes por ano – contanto que 30% desses sejam altamente qualificados e 50% possuam média qualificação profissional.

No entanto, com uma formação escolar inferior à dos alemães, imigrantes e alemães de origem estrangeira raramente conseguem uma vaga em programas de formação profissional.

O avanço no setor educacional é o tema da cúpula de integração, que acontecerá na próxima segunda-feira, com a presença da chanceler federal alemã, Angela Merkel,e de representantes do governo federal, estadual, da sociedade civil e de empresas alemãs.

CA/epd/kna/dpa/afp - Deutsche Welle

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