O
líder dos protestos pró-democracia em Hong Kong Joshua
Wong e outras duas representantes do movimento estudantil 'Scholarism'
iniciaram hoje uma greve de fome, anunciaram os ativistas na Internet.
"Para
viver nestes tempos conturbados, existe um dever. Hoje estamos dispostos a
pagar o preço, estamos dispostos a assumir a responsabilidade", escreveram
os ativistas na rede social Facebook.
Joshua
Wong e as líderes Lo Yin-wai e Wong Tsz-yuet, ambas com 17 anos, afirmaram que
vão jejuar para tentar pressionar as autoridades de Hong Kong a responderem às
suas exigências, ou seja, a realização de eleições livres em 2017 para a
liderança daquela cidade chinesa semiautónoma.
"O
nosso futuro, vamos trazê-lo de volta", referiram os líderes estudantis.
Na
mesma mensagem, os três representantes apelaram às autoridades de Hong Kong
para retomarem as negociações com os estudantes, atualmente paralisadas,
pedindo igualmente a Pequim para recuar na sua atual posição.
O
Governo central chinês insiste que os candidatos às eleições de 2017 devem ser
pré-selecionados por um comité, condição rejeitada pelos manifestantes.
De
acordo com uma televisão local, os três ativistas vão apenas beber água durante
o protesto.
Ao
fim de dois meses de protestos, que ficaram conhecidos como "Umbrella
revolution", o clima de tensão voltou às ruas de Hong Kong.
Os
confrontos registados entre sábado e hoje em Admiralty, junto à sede do
Governo, são apontados como os mais graves registados desde setembro.
A
polícia de Hong Kong justificou hoje o uso de gás pimenta e de bastões contra
os manifestantes, que tentaram invadir departamentos governamentais.
"Numa
situação em que não teve alternativa, a polícia usou o mínimo de força,
lançando água, gás pimenta (...) e [recorreu ao uso de] bastões", disse
hoje o superintendente Fred Tsui Wai-hung.
Em
setembro passado, o movimento pró-democracia levou milhares de pessoas às ruas
de Hong Kong.
Após
várias semanas de protestos, o número de pessoas nas ruas diminuiu
significativamente, mas os ativistas mantiveram dois locais de protesto:
Admiralty, junto ao complexo governamental, e outro de menor dimensão no
distrito comercial de Causeway Bay.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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