Mário
Motta, Lisboa
Corre
imediatamente a seguir o título China
- Hong Kong: LÍDER DOS PROTESTOS PRÓ-DEMOCRACIA EM GREVE DE FOME. A greve
de fome é o extremo dos extremos se não contarmos com a imolação. Mas quem
considera que em Pequim os dirigentes da China se vão incomodar? Alguma vez se
incomodaram com as imolações dos tibetanos ao reinvindicarem que a China deixe
de ocupar o Tibete? Todos sabem ou devem saber que para Pequim as mortes por
isto e aquilo até dão algum jeito. Ainda para mais as mortes de gente que pensa
diferente do unaninismo forçado, da ditadura, dá um jeitão. Sempre são mais uns
quantos que por greve de fome, por imolação, etc. deixam esta vida e, assim,
também de incomodar os dirigentes de Pequim e suas sucursais plantadas pelo
maior país do mundo.
Para
os opositores ao regime pequinês o tipo de luta “até à morte” não deve fazer
parte das suas formas de luta. Por isso a greve de fome não devia ser encetada
por este líder de Hong Kong. Fazer uma greve de fome inconsequente não
interessa a ninguém e muito menos a quem defende de alma e coração princípios democráticos
que obstem a que a China continue a mascarar o seu regime hipócrita a que chama
“um país dois sistemas”, porque na realidade toda a China é uma ditadura pegada
e bolorenta que tem em Macau e Hong Kong uns quantos palhaços a atuar num circo
a que chamam democracia, sabendo todos nós que afinal os palhaços também são
animais amestrados que obedecem às ordens dos seus domadores que de Pequim
fazem estalar o chicote quando consideram conveniente.
Não
há-de ser fácil dirigir um país tão grande como a China. Mas é escusado o PCC e
os dirigentes chineses quererem manter a fachada das zonas especiais sob a
ditadura pequineza, como Macau e Hong Kong. Aliás, a China só teria a ganhar se
já tivesse avançado para uma democracia plena naquelas duas regiões em vez de
teimar em manter o tal circo, contando com uns paspalhos que a troco de boas
vidas e alguns poderes têm vendido a alma aos diabos de Pequim.
Ou
a China se abre de facto à democracia (e não falo da democracia caduca e mascarada
do ocidente) ou mantém a mão-de-ferro habitual sobre os seus cidadãos até
impludir e o mal maior acontecer para todos, na China e no mundo. É que assim,
o que parecia há uns anos abertura real não o é. Porque era suposto que a
abertura fosse progressiva a um ritmo aceitável e não super-lenta e exageradamente ao contrário
da vontade dos cidadãos.
Muito
mais decente seria os dirigentes de Pequim desenterrarem Mao Tse Tung, o seu
regime, e manterem-se na deles com uma ditadura escancarada. Perante o fracasso de Macau e Hong Kong para que é que quer Pequim meter as patas sobre Taiwan? Para
aplicarem a mesma palhaçada? Sem boa-fé, honestidade e transparência, esta “coisa da abertura”
ainda vai dar mau resultado. Por isso estes falsários não merecem os sacrifícios das imolações
nem das greves de fome mas sim resistência criativa e efetiva sem tréguas. Resistir,
resistir sempre aos ditadores vestidos de falsa democracia, justiça e liberdade. Lobos com peles
de cordeiros numa cidade perdida que tem tudo centralizado, Pequim.
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