Hong
Kong, China, 15 dez (Lusa) -- A polícia de Hong Kong desmantelou hoje o último
reduto dos acampamentos do movimento pró-democracia, numa operação que terminou
com 17 detidos.
A
operação policial levada hoje a cabo no distrito comercial de Causeway Bay foi
a terceira em menos de um mês para acabar com os acampamentos nas ruas da
antiga colónia britânica.
No
espaço de uma hora, agentes policiais, com o apoio de gruas, desimpediram os
mais de cem metros de estrada ocupados.
Tal
como nas anteriores operações, foi montado um cordão na área, onde pelo menos
20 pessoas continuavam sentadas, resistindo às advertências policiais para
abandonarem a via de imediato, sob pena de serem detidos.
Pelo
menos 17 pessoas foram detidas, enquanto cerca de uma centena gritavam
'slogans' pelo sufrágio universal sem restrições ou condições para Hong Kong.
Entre
os detidos figura o "tio Wong", um idoso que já foi detido na
quinta-feira, durante a operação de despejo do principal acampamento dos
manifestantes pró-democracia, no distrito financeiro de Admiralty.
"É
a minha segunda detenção em menos de uma semana, farei o que for preciso para
continuar a defender a democracia nesta cidade", disse à Efe Kenneth Chan,
deputado do Partido Cívico, que também foi detido na quinta-feira durante a
operação policial em Admiralty.
Com
a operação em Causeway
Bay , as autoridades de Hong Kong tentaram colocar um ponto
final no movimento, apelidado de "revolução dos guarda-chuvas", sendo
de esperar que, esta tarde, proceda ao desmantelamento de cerca de 20 tendas de
campanha, que ainda permanecem montadas à porta do edifício do Conselho
Legislativo (parlamento) da antiga colónia britânica.
Na
passada quinta-feira, num destacamento sem precedentes na cidade, milhares de
polícias participaram na operação em Admiralty, zona que figurou como o
epicentro dos protestos iniciados no final de setembro.
Esta
operação policial, que se desenrolou de forma pacífica, terminou com mais de
200 detidos.
As
manifestações a favor de maiores liberdades democráticas em Hong Kong dos últimos
dois meses e meio, a maioria de caráter pacífico, figuraram como o maior
desafio ao Governo chinês nos últimos 25 anos, após a sangrenta repressão do
movimento estudantil de Tiananmen.
DM
// JPS
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