CONSCIENTE E FAZENDO PARTE
A Polícia Federal concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve “plena consciência e participação ativa” em ações para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e estava ciente de um suposto complô para assassinar o presidente eleito. O relatório, divulgado nesta terça-feira (26), apresenta evidências contundentes do envolvimento de Bolsonaro em articulações realizadas após sua derrota nas eleições de 2022.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo do processo, permitindo o acesso das defesas ao relatório final e outros documentos, além de determinar o envio do relatório, com 884 páginas, à Procuradoria-Geral da República, que decidirá se apresenta denúncias contra Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo militares da ativa e da reserva, ex-ministros, aliados próximos e Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL). As investigações indicam crimes como abolição do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa.
O relatório detalha planos que incluíam os assassinatos, além de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Moraes, em uma operação batizada pelos golpistas como “Punhal Verde e Amarelo”, com documentos impressos na Palácio do Planalto.
Reuniões durante o governo Bolsonaro discutiram estratégias como o uso da Lei de Garantia da Ordem (LGO) e decretos de Estado de Defesa. Um encontro em dezembro de 2022 apresentou o documento “As Forças Armadas como potência moderadora”. A resistência de comandantes militares foi decisiva para frustrar o golpe.
A Polícia Federal afirma ter
provas de que Bolsonaro revisou e sugeriu alterações ao plano golpista. O
ex-presidente nega as acusações, alegando perseguição política. Em entrevista,
chamou as denúncias de “historinha” e admitiu ter cogitado medidas de exceção
no final de seu governo para conter o que chamou de “caos” após a vitória da
esquerda, mas negou ter agido fora da Constituição. Este é o terceiro processo
DESCULPAS À POPULAÇÃO NEGRA
O Governo Federal pediu desculpas formais à população negra brasileira pela escravidão e seus efeitos durante um evento realizado após o primeiro feriado nacional dedicado ao Dia da Consciência Negra. O ato contou com a presença de lideranças como a ministra de Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, que oficializou o pedido em nome do Estado.
Messias declarou o compromisso do governo em combater o racismo, promover a emancipação da população negra e investir em políticas públicas voltadas para a reparação histórica. Como parte desse esforço, foi anunciada a criação de um fundo nacional para financiar ações de igualdade racial, cuja proposta será discutida por autoridades do governo.
A iniciativa faz parte de um acordo entre o governo e a Educafro Brasil, que em 2022 moveu uma ação judicial responsabilizando o Estado por perpetuar o racismo e exigindo reparações à comunidade afro-brasileira (Página/12 via Alma Preta).
NÚMEROS DA DENGUE
O Brasil registrou, até o momento em 2024, 7.013 mortes por dengue, segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúde. O país contabiliza mais de 6,5 milhões de casos prováveis da doença, com São Paulo liderando em óbitos (1.923), seguido por Minas Gerais (1.100), Paraná (733), Distrito Federal (440) e Goiás (409), que juntos representam 78% do total de falecimentos.
O Distrito Federal também apresenta a maior incidência de dengue no país, com 9.867,7 casos por 100 mil habitantes. A faixa etária mais afetada é entre 20 e 29 anos, acumulando 1,2 milhão de casos, enquanto 55% das pessoas infectadas são mulheres.
Uma pesquisa recente do laboratório Takeda revela que 39% dos brasileiros já tiveram dengue, com 91% considerando a doença grave. Além disso, 85% conhecem alguém que contraiu o vírus, e quase 25% conhecem alguém que faleceu devido à doença (Prensa Latina).
*Imagem em destaque: Valter Campanato/Agência Brasil
Marcos Diniz | Fórum 21 | # Publicado em português do Brasil
Veja Também: Diálogo AMSUR: O Brasil no Cenário Geopolítico - G20, BRICS, Integração Sul-Americana
Sem comentários:
Enviar um comentário