O
Gabinete de Crise de Cabo Verde recomendou hoje uma melhor gestão dos centros
de acolhimento das vítimas da erupção vulcânica que assola a ilha do Fogo há 24
dias, para proporcionar melhor qualidade de vida aos deslocados.
A
recomendação foi feita à imprensa por Antero Matos, coordenador do Gabinete,
instituição formada por vários ministérios cabo-verdianos, Cruz Vermelha,
Proteção Civil, Universidades, entre outras organizações, e que esteve reunido
hoje na Cidade da Praia.
"Nesse
aspeto, embora esteja sendo feito, é necessário trabalhar mais rapidamente no
melhoramento dos centros de acolhimento de Monte Grande e Achada Furna, para
que nós possamos proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas",
recomendou o responsável, considerando, porém, que o centro dos Mosteiros
funciona melhor.
"Já
falamos com a Cruz Vermelha de Cabo Verde para que desempenhe nos centros de
acolhimento de Monte Grande e Achada Furna o mesmo papel que está a desempenhar
nos Mosteiros, em complemento com outras instituições, para poder dar às
pessoas as melhores condições de vida", prosseguiu.
Sobre
o realojamento dos cerca de 1.500 deslocados, Antero Matos referiu um estudo
feito pelo Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT), que concluiu que
cerca de 70% das pessoas prefere morar em Achada Furna e Monte
Grande, locais onde ainda existem 110 casas construídas após a anterior erupção
vulcânica, em 1995, mas que serão reabilitadas.
"Já
temos uma indicação clara que o trabalho será endereçado para essas duas
localidades (Achada Furna e Monte Grande), para que venham a ser os locais de
assentamento das populações", continuou, referindo, por outro lado, que as
autoridades vão continuar a ouvir as famílias, uma vez que há quem prefira
morar em Fonte Aleixo
e São Filipe, entre outras localidades.
Antero
Matos disse que o projeto de realojamento definitivo ainda não está completo,
mas que serão construídas mais cerca de 100 casas e cada uma custará cerca de
850.000 escudos (7.700 euros).
As
obras, projetou, deverão arrancar logo após a fase de emergência, mas está-se a
fazer o possível para as casas de Achada Furna e Monte Grande serem
reabilitadas "o mais rapidamente possível".
Quanto
às ajudas que vão chegando a Cabo Verde, o coordenador do Gabinete de Crise
disse que são muitas e provém de várias instituições, pelo que, reconheceu,
poderá criar "algum constrangimento", mas o Governo, a Proteção Civil
e a Cruz Vermelha estão a coordenar as acções, para as doações chegarem aos
afetados.
O
vulcão na ilha do Fogo entrou em erupção no dia 23 de Novembro, mas há nove
dias que as lavas avançam lentamente em direção a Bangaeira e a frente em
direção a Fernão Gomes está "praticamente estagnada", indicou Antero
Matos.
Até
ao momento, a força do vulcão provocou "avultados prejuízos",
desalojou cerca de 1.500 habitantes de Portela e Bangaeira, as duas povoações
de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos da
ilha, mas não provocou quaisquer vítimas.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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