quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Erupção vulcânica: Gabinete de Crise de Cabo Verde recomenda mais apoio aos deslocados




O Gabinete de Crise de Cabo Verde recomendou hoje uma melhor gestão dos centros de acolhimento das vítimas da erupção vulcânica que assola a ilha do Fogo há 24 dias, para proporcionar melhor qualidade de vida aos deslocados.

A recomendação foi feita à imprensa por Antero Matos, coordenador do Gabinete, instituição formada por vários ministérios cabo-verdianos, Cruz Vermelha, Proteção Civil, Universidades, entre outras organizações, e que esteve reunido hoje na Cidade da Praia.

"Nesse aspeto, embora esteja sendo feito, é necessário trabalhar mais rapidamente no melhoramento dos centros de acolhimento de Monte Grande e Achada Furna, para que nós possamos proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas", recomendou o responsável, considerando, porém, que o centro dos Mosteiros funciona melhor.

"Já falamos com a Cruz Vermelha de Cabo Verde para que desempenhe nos centros de acolhimento de Monte Grande e Achada Furna o mesmo papel que está a desempenhar nos Mosteiros, em complemento com outras instituições, para poder dar às pessoas as melhores condições de vida", prosseguiu.

Sobre o realojamento dos cerca de 1.500 deslocados, Antero Matos referiu um estudo feito pelo Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT), que concluiu que cerca de 70% das pessoas prefere morar em Achada Furna e Monte Grande, locais onde ainda existem 110 casas construídas após a anterior erupção vulcânica, em 1995, mas que serão reabilitadas.

"Já temos uma indicação clara que o trabalho será endereçado para essas duas localidades (Achada Furna e Monte Grande), para que venham a ser os locais de assentamento das populações", continuou, referindo, por outro lado, que as autoridades vão continuar a ouvir as famílias, uma vez que há quem prefira morar em Fonte Aleixo e São Filipe, entre outras localidades.

Antero Matos disse que o projeto de realojamento definitivo ainda não está completo, mas que serão construídas mais cerca de 100 casas e cada uma custará cerca de 850.000 escudos (7.700 euros).

As obras, projetou, deverão arrancar logo após a fase de emergência, mas está-se a fazer o possível para as casas de Achada Furna e Monte Grande serem reabilitadas "o mais rapidamente possível".

Quanto às ajudas que vão chegando a Cabo Verde, o coordenador do Gabinete de Crise disse que são muitas e provém de várias instituições, pelo que, reconheceu, poderá criar "algum constrangimento", mas o Governo, a Proteção Civil e a Cruz Vermelha estão a coordenar as acções, para as doações chegarem aos afetados.

O vulcão na ilha do Fogo entrou em erupção no dia 23 de Novembro, mas há nove dias que as lavas avançam lentamente em direção a Bangaeira e a frente em direção a Fernão Gomes está "praticamente estagnada", indicou Antero Matos.

Até ao momento, a força do vulcão provocou "avultados prejuízos", desalojou cerca de 1.500 habitantes de Portela e Bangaeira, as duas povoações de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos da ilha, mas não provocou quaisquer vítimas.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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