Fosso
entre ricos e pobres é o pior dos últimos 30 anos. OCDE diz que isso está a
arrasar o crescimento das economias
Luís
Reis Ribeiro – Dinheiro Vivo
Portugal
tornou-se nos últimos anos um país mais desigual em termos de distribuição de
rendimentos e isso danifica seriamente o crescimento da economia, assinala a
OCDE, num conjunto de estudos hoje divulgado. Por exemplo, o rendimento dos 10%
mais ricos é hoje dez vezes superior ao dos 10% mais pobres.
O
problema é grave, mas não é exclusivo de Portugal. Ele alastra-se à maioria dos
países desenvolvidos.
Há
um "aumento de longo prazo na desigualdade de rendimentos na área da OCDE
[os 34 países mais ricos]" e assiste-se a um "crescimento nas
disparidades" seja antes ou depois da Grande Recessão de (2008 a 2009), refere a
organização no estudo "Tendências na desigualdade de rendimentos e o seu
impacto no crescimento económico".
Apesar
da notável subida dos rendimentos das pessoas e na riqueza das nações nas
décadas que precederam a Grande Recessão, a verdade é que os indicadores da
desigualdade eram mais favoráveis nos anos 80.
No
caso de Portugal, Espanha e Polónia, o início dos anos 2000 até culminou numa
melhoria nesses índices, "mas essa tendência parou em todos esses países
desde o final da década de 2000".
Problema:
quanto maior a desigualdade, mais difícil é crescer. "Os novos estudos da
OCDE mostram que quando a desigualdade aumenta, o crescimento cai. Uma das
razões é que os elementos mais pobres da sociedade ficam menos capazes de
investir na sua educação", "reduzindo a sua mobilidade social e o
desenvolvimento de competências". Resultado: quem menos tem fica condenado
a ter menos ainda.
A
OCDE avisa ainda que o fosso que separa os 10% mais ricos dos 10% mais pobres é
importante, mas que as políticas devem ser desenhadas tendo em conta os 40%
mais pobres, onde está a esmagadora maioria da população. É a classe média
baixa.
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