sábado, 3 de janeiro de 2015

Brasil – CARTAS DE FLÁVIO LEANDRO: SEPPIR DO “CALA A BOCA NEGRO”



Flávio Leandro - Afropress

Meus amigos e minhas amigas,

Lamentavelmente para a raça negra original – não a profissional, que vive da problemática da própria raça para objetivos escusos e pessoais – a indicação da nova ministra da SEPPIR é a única represente da raça negra num ministério composto de trinta e nove pastas.

Um Governo que durante a campanha contou com o apoio de negro pregando o evangelho, negro dançando e fazendo macumba, negro jogando capoeira, negro apresentando o reisado, negro apresentando o maracatu, negro sambando, negro preparando deliciosas culinárias, negros promovendo eventos artísticos e culturais diversos, e que foi primordial para a vitória da candidata Dilma.

Esse Governo, como seus antecessores, enfiou mais uma vez goela abaixo da negritude o cala a boca crioulos, chamado Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Negra, a massa fecal reciclada SEPPIR.

Enquanto a imensa maioria da população negra desconhece a existência da SEPPIR, a minoria que há décadas negocia os infortúnios da raça em gabinetes de políticos, em comitês partidários e nas secretarias de Governo, comemora a indicação da nova ministra.
Ministra que não terá projetos, propostas e nem verba do Governo da qual está agrilhoada. Mas vai viajar muito – com verbas públicas que deveria ir para construção e reforma de escolas públicas – por países africanos, europeus e asiáticos numa tal de pesquisa e desenvolvimento de atividades raciais intercambiais. Na Petrobras tem outro nome.

Não há o que se comemorar quando um país, que tem a sua formação cultural alicerçada na raça negra, recebe uma Secretaria de fachada para mantê-lo calado, exercendo o hediondo papel de ferramenta de manipulação.

Esqueceu-se de avisar ao governo do PT que a cultura deste país tem cor, tradição e essência, portanto é uma agressão sem precedentes presentear a raça com uma Secretaria cuja latrina de um botequim pé sujo tem mais serventia. Por que não o Ministério da Cultura? Temos excelentes nomes de cidadãos e de cidadãs negras para dar conta do recado.

Que a nova geração, a nossa juventude negra que desponta, não herde desses vendilhões e neo-traficantes da raça os resquícios nefastos que tanto males tem causado a raça negra brasileira.

Feliz 2015, verdadeiramente.

Abraços a todos (as).

Flávio Leandro


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