Hong
Kong, China, 08 jan (Lusa) -- A secretária-chefe de Hong Kong, Carrie Lam,
disse hoje que o Governo está preparado para alterar as propostas para a
eleição do chefe do executivo, em 2017, de modo a obter o apoio necessário à
aprovação no Conselho Legislativo (LegCo).
A
número dois do Governo de Hong Kong reconheceu, em entrevista à Rádio e
Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), que o consenso sobre a reforma política
é cada vez mais difícil de obter, sobretudo depois da campanha de desobediência
civil "Occupy".
Carrie
Lam disse que as opiniões estão bastante polarizadas e que está pouco otimista
quanto à obtenção do apoio de dois terços dos deputados para a aprovação da
proposta final sobre a reforma política.
A
responsável afirmou também que o Governo não vai desistir e que vai considerar
fazer alterações às propostas para conseguir o apoio dos pró-democratas no
LegCo. Não obstante, indicou que as alterações deverão estar de acordo com o
quadro restritivo estabelecido por Pequim.
O
Governo central decidiu no final de agosto que os residentes de Hong Kong podem
eleger o próximo chefe do executivo em 2017, mas apenas depois de os dois ou
três candidatos ao lugar serem previamente validados por um comité. A decisão
esteve na origem dos protestos que ocuparam as ruas de Hong Kong durante mais
de dois meses, até 15 de dezembro.
No
programa da RTHK, Carrie Lam disse ainda que o Governo vai analisar com
especial atenção a proposta de "voto em branco" apresentada pelo
professor de Direito e membro da Comissão da Lei Básica Albert Chen Hung-yee.
O
académico defendeu, na semana passada, a ideia de que a eleição para o chefe do
executivo seja declarada inválida caso sejam apurados mais de metade dos votos
em branco quando os candidatos oficiais forem finalmente submetidos à votação
da população.
O
secretário para os Assuntos Constitucionais de Hong Kong, Raymond Tam, disse
também, citado hoje pelo jornal South China Morning Post (SCMP), que a proposta
de Albert Chen merece ser considerada.
Por
outro lado, afirmou que os deputados da bancada pró-democrata iriam enfrentar
consequências se vetarem a proposta final de reforma política na votação no
LegCo.
A
segunda consulta pública sobre a reforma política foi lançada na terça-feira e
vai decorrer durante dois meses.
Entre
outros aspetos, a nova consulta pede a opinião dos residentes sobre se os
aspirantes a candidatos a líderes de Hong Kong devem garantir pelo menos 100 a
150 recomendações dos 1.200 membros do comité de nomeação antes de passarem por
uma votação interna naquele órgão.
Tal
como na primeira fase de consulta, a que está atualmente em curso preconiza o
apuramento pelo comité de nomeação dos dois ou três candidatos oficiais que
serão finalmente sujeitos ao voto direto da população.
FV
// VM
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