As
divergências aumentam entre José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira
Lassana
Casamá – Voz da América
Na
Guiné-Bissau, está patente uma crise institucional entre o Presidente da
República e o Governo liderado por Domingos Simões Pereira.
A
situação arrasta-se há algum tempo, mas agora as divergência entre as
duas instituições começam a ganhar novos contornos na praça pública.
Até
agora, as ondas desta crise no relacionamento entre a Presidente da República e
a Chefia do Governo têm passado ao lado dos menos atentos.
Entretanto,
analistas consideram que a situação actual está a ser sustentada por um passado
algo sombrio entre José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira, mas que
aparentemente teria sido superada com a dinâmica das eleições gerais, em que as
duas figuras PAIGC foram vencedores.
Hoje,
a conta do rosário é outra. Da formação do Governo a esta parte, muitos
incidentes saíram dos respectivos gabinetes para o domínio público.
Por
exemplo, o Executivo, no seu programa para os próximos quatro anos, consignou a
exploração dos recursos minerais do país como uma das suas linhas prioritárias,
mas o Presidente da República já veio a público dizer que a Guiné-Bissau não
está preparada para levar avante a exploração dos tais recursos.
Mais
tarde, José Mário Vaz exonerou o ministro da Administração Interna Botche Candé
sem o consentimento do primeiro-ministro, que depois, ao que se sabe,
apresentou ao PR, uma proposta de nome para substituir Candé, tendo Vaz
recusado.
Como
se isso não bastasse, o Che de Estado terá mesmo avançado um outro nome para o
citado Ministério. Fontes seguras indicam que Domingos Simões Pereira ofereceu
resistência, alegando que a proposta para a nomeação de qualquer membro do
Governo faz parte das suas atribuições segundo a Constituição da Republica. O
impasse continua e há dois meses que o Ministério da Administração
Interna está sem titular.
Mais
tarde, durante o seu discurso do fim-do-ano, José Mário Vaz declarou que
o período de graça para o Governo liderado por Domingos Simões Pereira acabou,
no que foi considerado por próximos de Simões Pereira, uma “ afronta directa ao
poder Executivo”.
Aliás,
durante a sua posse, o Presidente da República lembrou que ele não participou
na formação do Governo de Domingos Simões Pereira.
O
mais recente episódio desta braço-de-ferro entre as duas instituições é a
polémica que envolve o ministro dos Recursos Naturais Daniel Gomes e o Chefe de
Estado. O primeiro diz querer saber quem recebeu os milhões de dólares
investidos por Angola na exploração de bauxite e agora o Presidente da
República veio a público pedir a intervenção das instâncias judiciais.
Entretanto,
analistas destacam o silêncio do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, que
consideram de estratégico.
Mais
palavras pode levar a uma crise institucional de consequências imprevisíveis,
segundo os observadores.
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