Hong
Kong, China, 14 jan (Lusa) - O chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung,
garantiu hoje que não haverá qualquer desvio no caminho que Pequim traçou para
as eleições do território.
No
seu primeiro discurso no Conselho Legislativo desde que começaram os protestos
pró-democracia, Leung não fez qualquer concessão aos manifestantes e questionou
o seu "entendimento" sobre a política da cidade semi-autónoma
chinesa.
"O
poder de Hong Kong é proveniente das autoridades centrais [em Pequim]",
lembrou.
"A
autonomia de Hong Kong é elevada, mas não é absoluta", sublinhou.
Pequim
decidiu que os candidatos à primeira votação popular para chefe do Executivo da
cidade, em 2017, têm de ser selecionados por uma comissão, vista como próxima
do poder, uma situação que muitos consideram de "falsa democracia".
Os
pró-democratas dizem ser preferível não votar do que ter restrição de
candidatos, e têm instado Leung - que foi também nomeado por um comité
pró-Pequim - a demitir-se.
Mas
o líder do Governo afirmou que qualquer forma de voto deve ser feita de acordo
com os critérios de Pequim.
"A
seleção do chefe do Executivo inclui tanto elementos de eleição como de
nomeação", disse.
O
governante afirmou ainda que os estudantes - que lideraram os protestos de
larga escala que ocuparam as ruas da cidade por mais de dois meses -
"devem procurar um entendimento pleno" da relação entre Hong Kong e
Pequim, de modo a evitarem discussões "inúteis".
Cerca
de 20 deputados pró-democratas abandonaram o Conselho Legislativo e dois foram
expulsos por seguranças antes do discurso de Leung.
Empunhando
cartazes e chapéus-de-chuva amarelos - o símbolo do movimento pró-democracia de
Hong Kong - gritaram "Abaixo CY Leung! Verdadeiro sufrágio
universal!"
Seguranças
rodearam dois membros do partido do Poder Popular que se recusaram a sair e
continuaram a gritar "Vergonhoso". Os homens acabaram por ser levados
para foram do edifício.
ISG//
JPF
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