segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Moçambique: SOMOS UM PAÍS DE INCOMPETENTES?



Verdade (mz), editorial

Infelizmente, a maior parte dos moçambicanos ainda é analfabeta, sendo imperioso inverter a situação. Porém, pais e encarregados de educação, naquela condição, levaram os seus filhos às escolas para aprenderem a essência do ser humano. Esses filhos são, hoje, governantes e também parte do povo.

Parece que em Moçambique a incompetência e a falta de vontade andam de mãos dadas, principalmente no seio do Governo. Volvidos sensivelmente 40 anos, a chamada “Pérola do Índico” tornou-se independente do governo colonial português. Porém, apesar de termos conquistado a tão almejada independência, ainda continuamos um país dependente em vários sectores.

Durante esse tempo, pouca coisa ou quase nada foi feito no que diz respeito a infra-estruturas sociais e económicas. Por exemplo, as barragens, tanto para o abastecimento de água como as de geração de corrente eléctrica, as pontes, os postes de iluminação, os edifícios públicos, até as tubagens PVC usadas para a canalização do precioso líquido são do tempo colonial.

É irrelevante (e ridículo) que se diga que a cidade X ficou sem água porque o governo colonial português construiu a barragem para um número reduzido de pessoas. Mas essas palavras tornam-se insultuosas quando saem da boca dos nossos governantes: pessoas que se sentaram na carteira de uma escola.

Os serviços prestados pela tão famosa rainha dos gafes, a Electricidade de Moçambique (EDM), também são preocupantes.

No tocante ao Fundo de Investimento e do Património de Abastecimento de Água (FIPAG), pode entender-se a sua desculpa, porque os lençóis freáticos parecem estar em “greve”, devido ao aquecimento global. Mas a EDM devia sentir vergonha ao afirmar que os nossos equipamentos estão obsoletos! Porquê? A reposição dos mesmos está à mercê de quê e de quem?

É urgente que o Governo moçambicano se “belisque” e aceite a realidade. A situação em que o país está mergulhado é deveras vergonhosa para quem vive em pleno século XXI.

É inaceitável que, volvidos 40 anos, os nossos filhos continuem a assistir às aulas sentados debaixo das árvores, e a desculpa ter de ser: “O governo colonial português construiu poucas salas de aulas e agora estamos a correr atrás do prejuízo”. E se eles não tivessem construído? Até quando a incompetência continuará a ser palavra de ordem no país?

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