sexta-feira, 27 de março de 2015

Angola. Arlete Sangumba: "É inconcebível que ainda haja agressões contra a oposição"




Os assassinos de Alves Kamulingue e Isaías Cassule deveriam ter sido condenados à pena máxima de prisão, disse  Arlete Sangumba do Conselho Deliberativo da Casa-CE, no programa Angola Fala Só, da VOA, hoje, 27 de Março.

Voz da América, em Angola Fala

Sangumba reagia à condenação a pesadas penas de prisão aplicadas pelo Tribunal Provincial de Luanda a vários membros dos serviços de inteligência do Estado considerados culpados do rapto e assassinato daqueles activistas em 2012.

Para Arlete Sangumba, as sentenças não a surpreederam  tanto assim "pois foi “um caso chocante” que abalou todo o país, mas que é apenas “a bolha de água daquilo que são os abusos”  que ocorrem em Angola.

É também um caso que demonstra que “os direitos humanos devem receber mais atenção” por parte das autoridades, disse a militante da Casa-CE.

Arlete Sangumba não quis  comentar o julgamento do jornalista Rafael Marques, mas fez notar que o julgamento está a decorrer à porta fechada.

“Não sabemos o que se passa lá dentro”, disse, acrescentando que deve-se aguardar para saber o que vai passar "para depois tirarmos as nossas conclusões”.

Sangumba considera ser “inconcebível” que, através do país, se continuem a registar actos de intolerância política como os recentes ataques na Luanda Norte contra uma caravana da Unita.

Embora a democracia seja “algo novo para nós”,  os angolanos, disse, devem ter a vontade de lutar “para que Angola seja uma país democrático”.

A dirigente da Casa-CE  negou acusações de um ouvinte segundo o qual o partido está a ser caracterizada por “letargia” enquanto o MPLA e a Unita já estão em campanha para as próximas eleições.

“Não existe letargia na Casa-CE”, defendeu Sangumba, afirmando que a Casa-CE não consegue mostrar o seu trabalho devido á “monopolização” dos órgãos de informação pelo estado controlado pelo MPLA.

Interrogada sobre quais os objectivos da CASA para as próximas eleições, Sangambo disse que “o objectivo de qualquer oposição é ganhar o poder”.

“Nós vamos trabalhar para ganhar”, acrescentou.

Quanto à situação da mulher angolana, Arlete Sangumba disse que melhorou em termos de representação política e direitos, mas há ainda muito a fazer. Para ela, "é um processo que vai levar tempo”.

Arlete Sangumba defendeu ainda a introdução da educação sexual nas escolas a partir da sexta-classe como meio de reduzir a gravidez precoce.


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