Os
assassinos de Alves Kamulingue e Isaías Cassule deveriam ter sido condenados à
pena máxima de prisão, disse Arlete Sangumba do Conselho Deliberativo da
Casa-CE, no programa Angola Fala Só, da VOA, hoje, 27 de Março.
Voz
da América, em Angola Fala Só
Sangumba
reagia à condenação a pesadas penas de prisão aplicadas pelo Tribunal
Provincial de Luanda a vários membros dos serviços de inteligência do Estado
considerados culpados do rapto e assassinato daqueles activistas em 2012.
Para
Arlete Sangumba, as sentenças não a surpreederam tanto assim "pois
foi “um caso chocante” que abalou todo o país, mas que é apenas “a bolha de
água daquilo que são os abusos” que ocorrem em Angola.
É
também um caso que demonstra que “os direitos humanos devem receber mais
atenção” por parte das autoridades, disse a militante da Casa-CE.
Arlete
Sangumba não quis comentar o julgamento do jornalista Rafael Marques, mas
fez notar que o julgamento está a decorrer à porta fechada.
“Não
sabemos o que se passa lá dentro”, disse, acrescentando que deve-se aguardar
para saber o que vai passar "para depois tirarmos as nossas conclusões”.
Sangumba
considera ser “inconcebível” que, através do país, se continuem a registar
actos de intolerância política como os recentes ataques na Luanda Norte contra
uma caravana da Unita.
Embora
a democracia seja “algo novo para nós”, os angolanos, disse, devem ter a
vontade de lutar “para que Angola seja uma país democrático”.
A
dirigente da Casa-CE negou acusações de um ouvinte segundo o qual o
partido está a ser caracterizada por “letargia” enquanto o MPLA e a Unita já
estão em campanha para as próximas eleições.
“Não
existe letargia na Casa-CE”, defendeu Sangumba, afirmando que a Casa-CE não
consegue mostrar o seu trabalho devido á “monopolização” dos órgãos de
informação pelo estado controlado pelo MPLA.
Interrogada
sobre quais os objectivos da CASA para as próximas eleições, Sangambo disse que
“o objectivo de qualquer oposição é ganhar o poder”.
“Nós
vamos trabalhar para ganhar”, acrescentou.
Quanto
à situação da mulher angolana, Arlete Sangumba disse que melhorou em termos de
representação política e direitos, mas há ainda muito a fazer. Para ela,
"é um processo que vai levar tempo”.
Arlete
Sangumba defendeu ainda a introdução da educação sexual nas escolas a partir da
sexta-classe como meio de reduzir a gravidez precoce.
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