Voz
da América, em Angola Fala Só
As
recentes detenções de activistas em Cabinda são prova de que há injustiça no
território e que as autoridades angolanas não querem falar com os
cabindas, disse Belchior Lanzo Tati, secretário-geral da Frente Consensual
Cabindesa(FCC).
Tati
referia-se à detenção em Cabinda do activista Marcos Mavungo e do advogado Arão
Tempo no passado dia 14 de Março em Cabinda, dia em que estava prevista uma
manifestação no território.
O
dirigente desta frente cabindesa concordou com um ouvinte que afirmou ser
sua opinião que o presidente José Eduardo dos Santos deveria visitar as
províncias, incluindo Cabinda para se inteirar das realidades.
“O
presidente deve estar mal informado”, disse Tati, para quem dentro do gabinete
"os relatórios não expressam a realidade”.
Belchior
Tati explicou que a Frente Consensual Cabindesa visa criar um diálogo com todas
as forças do território para colmatar as insuficiências do Memorando de
Entendimento alcançado entre o Fórum Cabindês para o Diálogo(FDC) e o Governo
do MPLA que deveria ter levado a paz ao território.
“Infelizmente
isso não foi cumprido”, disse Tati para quem o Fórum é uma oportunidade
de trazer para o diálogo “todos aqueles que não aderiram ao FDC".
Belchior
Tati criticou a actuação dos "serviços de inteligência" que deveriam
servir para analisar os problemas de modo a despopletar crise mas, em vez
disso, "só prendem".
O
secretário-geral da FCC defendeu o direito dos cabindas a decidirem o seu
futuro.
O
problema com o slogan “de Cabinda ao Cunene um só povo uma só nação” é , para
Tati, "um slogan que foi criado pelos angolanos e não pelos
cabindenses”.“Convivência sim, imposição não”, acrescentou.
O
próprio Acordo de Alvor entre Portugal e os três movimentos de libertação
para a independência de Angola e em que representantes cabindas não foram
incluídos tinha sido posteriormente suspenso pelas autoridades portuguesas
pouco mais de dois meses antes da independência do país, na óptica daquele
responsável.
“O
território de Cabinda não é nossa invenção e não não temos culpa de ter nascido
em Cabinda”, disse Tati.
Interrogado
sobre as riquezas petrolíferas de Cabinda, ele afirmou que essas riquezas
“podem ser partilhada mas não usurpadas”.
Ao
contrário do que é habitual, o convidado de hoje, 3, do programa Angola Fala
Só esteve no estúdio da VOA para responder aos ouvintes, aproveitando uma
visita aos Estados Unidos de uma delegação da sua organização encabeçada pelo
seu presidente Vicente Pena Pitra Yoba.
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