sexta-feira, 24 de abril de 2015

MOÇAMBIQUE DEFENDE UMA ONU MAIS ADAPTADA AO “MUNDO MODERNO




Maputo, 24 Abr (AIM) - O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, defendeu, quinta-feira, na Conferência Ásia-África, que decorre em Jacarta, a introdução de reformas na Organização das Nações Unidas para se adaptar ao mundo moderno.

Falando perante representantes de 105 países africanos e asiáticos, o chefe da diplomacia moçambicana considerou que este ano, no qual se assinala o 70.º aniversário da Organização das Nações Unidas (ONU), é tempo para
ampliar o Conselho de Segurança e torná-lo mais representativo.

Os métodos de trabalho do Conselho de Segurança, devem ser alvo de uma reforma, para este organismo possa
se adaptar ao mundo moderno, disse, Balói citado pela agência LUSA, dissertando sobre este tema que esteve em análise na conferência.

O Conselho de Segurança é composto por 15 membros, sendo cinco permanentes e com poder de veto - Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China - e os demais eleitos para mandatos de dois anos, composição que os países asiáticos e africanos reunidos em Jacarta querem alterar.

Oldemiro Balói considerou que os princípios que marcaram a Conferência de Bandung em 1955 - a luta contra o domínio das principais potências mundiais e a defesa da independência, da paz e da prosperidade económica nas duas regiões são ainda actuais.

Neste sentido, congratulou-se com a declaração de apoio à independência da Palestina, que deve ser aprovada pelos líderes presentes no encontro, frisando que tal representa uma
mensagem clara do apoio inequívoco do grupo à causa da autodeterminação do Saara Ocidental.

Estamos agora confrontados com desafios complexos para alcançar o crescimento económico, o desenvolvimento social, bem como a paz e a estabilidade, advertiu, defendendo um reforço da Cooperação Sul-Sul.

O ministro moçambicano advogou que a Ásia e a África devem ter papel mais importante na procura de soluções sustentáveis para os desafios globais e elogiou a ideia indonésia de criar um Centro Ásia-África e um fórum empresarial que una os dois continentes.

Os investimentos directos estrangeiros e um maior acesso ao mercado para os países africanos é de extrema importância para apoiar o desenvolvimento socioeconómico e 'criar um ambiente propício para a implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, considerou.

Balói sublinhou que o
mecanismo financeiro para infra-estruturas e sectores da agricultura constitui um desafio para os nossos esforços de desenvolvimento, sendo, por isso, necessário identificar fontes de financiamento alternativas para desenvolver o Sul.

O chefe da diplomacia moçambicana, na sua intervenção, defendeu ainda um o aumento da transferência de tecnologia.

Além dos países asiáticos e africanos, representações de 15 nações na qualidade de observadores e de 17 organizações internacionais participam nesta conferência, que assinala igualmente o 10.º aniversário da Nova Parceria Estratégia Ásia-África.

(AIM) MAD/SG

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