Jacarta,
17 abr (Lusa) -- A embaixadora de França em Jacarta alertou para a
possibilidade de "consequências" caso o cidadão francês condenado à
morte na Indonésia venha a ser fuzilado por tráfico de droga.
"As
nossas relações vão ter consequências em caso de execução" disse a
embaixadora Corinne Breuzé, em conferência de imprensa, sublinhando que a
França, que aboliu a pena de morte em 1981, opõem-se à pena capital seja qual
for a circunstância.
Serge
Atlaoui, 51 anos, foi preso em 2005 num laboratório clandestino de produção de
drogas sintéticas num bairro de Jacarta, tendo sido condenado à morte em 2007.
O
cidadão francês afirma, desde o momento da detenção, estar inocente defendendo
que se encontrava no local a instalar equipamento que pensava ser para o
funcionamento de uma unidade industrial de acrílico.
Atlaoui
recorreu da sentença e espera a qualquer momento a decisão final.
Se
o recurso confirmar a sentença, a execução é quase imediata, mesmo para os estrangeiros,
sendo que as autoridades indonésias estão a preparar neste momento uma lista de
condenados que devem ser fuzilados em breve e que inclui ainda cidadãos da
Austrália, Brasil, Filipinas, Nigéria e Gana.
No
caso em que o cidadão francês se encontra envolvido foram detidas mais oito
pessoas igualmente condenadas à morte.
"O
que nos parece chocante é que o nome do nosso compatriota é o único envolvido
no caso e que figura na lista daqueles que podem vir a ser executados",
acrescentou a embaixadora.
A
legislação antidroga na Indonésia é considerada como uma das mais severas a
nível mundial.
Em
2014, o Presidente indonésio Joko Widodo, que termina as funções em outubro,
rejeitou todos os pedidos de clemência apresentados pelos condenados à pena
capital por tráfico de droga.
Entre
os condenados à morte está o brasileiro Rodrigo Gularte, que foi preso em 2004
com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf, tendo sido condenado
em 2005.
Em
janeiro, a Indonésia executou seis traficantes de droga, incluindo o brasileiro
Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre a
Indonésia e o Brasil.
A
Indonésia, que retomou as execuções em 2013 depois de cinco anos de moratória,
tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico
de droga, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.
PSP
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário