sexta-feira, 17 de abril de 2015

Paris alerta Jacarta para consequências sobre execução de cidadão francês




Jacarta, 17 abr (Lusa) -- A embaixadora de França em Jacarta alertou para a possibilidade de "consequências" caso o cidadão francês condenado à morte na Indonésia venha a ser fuzilado por tráfico de droga.

"As nossas relações vão ter consequências em caso de execução" disse a embaixadora Corinne Breuzé, em conferência de imprensa, sublinhando que a França, que aboliu a pena de morte em 1981, opõem-se à pena capital seja qual for a circunstância.

Serge Atlaoui, 51 anos, foi preso em 2005 num laboratório clandestino de produção de drogas sintéticas num bairro de Jacarta, tendo sido condenado à morte em 2007.

O cidadão francês afirma, desde o momento da detenção, estar inocente defendendo que se encontrava no local a instalar equipamento que pensava ser para o funcionamento de uma unidade industrial de acrílico.

Atlaoui recorreu da sentença e espera a qualquer momento a decisão final.

Se o recurso confirmar a sentença, a execução é quase imediata, mesmo para os estrangeiros, sendo que as autoridades indonésias estão a preparar neste momento uma lista de condenados que devem ser fuzilados em breve e que inclui ainda cidadãos da Austrália, Brasil, Filipinas, Nigéria e Gana.

No caso em que o cidadão francês se encontra envolvido foram detidas mais oito pessoas igualmente condenadas à morte.

"O que nos parece chocante é que o nome do nosso compatriota é o único envolvido no caso e que figura na lista daqueles que podem vir a ser executados", acrescentou a embaixadora.

A legislação antidroga na Indonésia é considerada como uma das mais severas a nível mundial.

Em 2014, o Presidente indonésio Joko Widodo, que termina as funções em outubro, rejeitou todos os pedidos de clemência apresentados pelos condenados à pena capital por tráfico de droga.

Entre os condenados à morte está o brasileiro Rodrigo Gularte, que foi preso em 2004 com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf, tendo sido condenado em 2005.

Em janeiro, a Indonésia executou seis traficantes de droga, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre a Indonésia e o Brasil.

A Indonésia, que retomou as execuções em 2013 depois de cinco anos de moratória, tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico de droga, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.

PSP // VM

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