Nuno
Miguel Ropio – Jornal de Notícias
O
ex-reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da Nóvoa, assume que se vier a
suceder a Cavaco Silva será contra a "destruição do Estado Social".
"Serei
um presidente presente, junto das pessoas. Não me resignarei perante a
destruição do Estado Social", garantiu na apresentação da sua candidatura
a Belém, que decorre no Teatro da Trindade, em Lisboa.
Perante
uma apinhada plateia, onde pontuam os ex-presidentes da República Jorge Sampaio
e Mário Soares, Nóvoa afirma-se como um candidato sem "filiação
partidária" e "cargos políticos" no currículo. Por isso, garante
"fazer a diferença".
No
evento que marca o arranque da recolha das 7500 assinaturas necessárias para o
início da caminhada para a sucessão de Cavaco, o catedrático garante que irá
apresentar em breve "uma carta de princípios" da sua candidatura.
Nóvoa,
que além de lembrar as suas raízes de Valença começou por agradecer a presença
de Soares e Sampaio, realçou que o "Presidente não governa, nem
legisla", mas considera essencial que o país "invista nas pessoas,
nos recursos da terra e do mar, no desenvolvimento das nossas estruturas".
Alerta
que o Estado não pode de deixar de "assumir investimentos estratégicos nos
setores decisivos para o futuro". A saber - conhecimento, educação e
cultura.
Entre
frases de canções de Abril, que vão cerzindo o discurso, diz-se contra a
"emigração forçada" de jovens qualificados, que classifica de "o
melhor de nos".
O
reforço de ligações estratégicas internacionais, "sobretudo no Atlântico
Sul", é para o ex-reitor da Universidade de Lisboa uma das vias para
"reinventar uma visão estratégica de Portugal, que não se feche na Europa".
Esta foi, até agora, a proposta mais aplaudida.
Segundo
Sampaio da Nóvoa, a sua caminhada não se baseia nas "dicotomias
tradicionais Esquerda/Direita" ou outras, mas em "dinâmicas que estão
a surgir na Europa e no mundo", onde desponta a participação de movimentos.
Mesmo
sem a presença do secretário-geral do PS, António Costa, que teve em Nóvoa uma
figura de relevo no congresso de novembro de 2014, não faltaram destacados
militantes socialistas como o líder da distrital de Lisboa, Duarte Cordeiro, o
ex-ministro João Cravinho ou Vitor Ramalho.
Foto
André Correia
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