Pedro
Sousa Tavares – Diário de Notícias
O
vice-primeiro ministro, Paulo Portas, e o antigo ministro dos Negócios
Estrangeiros, Luís Amado, concordaram com o papel vital do mundo lusófono para
a afirmação de Portugal
A
recente polémica em torno da possível adesão da Guiné Equatorial à Comunidade
de Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi usada por Luís Amado e Paulo Portas
como exemplo do que o país não deve fazer se quer contribuir para o
fortalecimento desta rede lusófona.
Para
Luís Amado, a reação dos atores políticos em Portugal, influenciada pelas
notícias em torno deste tema, acabou por isolar o país: "Todos os estados,
com exceção de Portugal, tinham como interesse económico a adesão da Guiné
Equatorial", disse o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros,
considerando que em Portugal não se entendeu o interesse geoestratégico naquela
possível parceria, tanto para os países africanos como para o Brasil. "Nós
tínhamos de perceber, muito antes de se criar um incidente, quais eram as
razões profundas de cada um dos nossos parceiros".
"A
CPLP faz-se com todos, não se faz com um a indicar um padrão europeu. Nós
chegámos à democracia há 40 anos. Temos assim tanta autoridade
moral?",concordou Paulo Portas, avisando que "o pior que pode
acontecer a Portugal é bloquear o desenvolvimento da CPLP".
O
vice-primeiro ministro apontou vários exemplos do interesse estratégico dos
países de língua portuguesa para a economia nacional. A começar por Angola:
"Neste momento, exportamos cerca de 4200 milhões de euros para os países
da lusofonia. E 3000 milhões são para Angola", referiu.
Portas
destacou ainda o papel dos brasileiros no crescimento de outro setor: o
turismo, revelando que o perfil do turista brasileiro em Portugal alterou-se,
com as estadias e prolongarem-se já por vários dias, e representando cerca de
mil milhões de euros de receitas para o país.
O
capital que constitui a língua portuguesa, falada por 300 milhões de pessoas e
em expansão, foi outro tema abordado no debate moderado por André Macedo,
diretor do DN.
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