quarta-feira, 27 de maio de 2015

A GUINÉ EQUATORIAL COMO EXEMPLO DO QUE FALTA À CPLP



Pedro Sousa Tavares – Diário de Notícias

O vice-primeiro ministro, Paulo Portas, e o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, concordaram com o papel vital do mundo lusófono para a afirmação de Portugal

A recente polémica em torno da possível adesão da Guiné Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi usada por Luís Amado e Paulo Portas como exemplo do que o país não deve fazer se quer contribuir para o fortalecimento desta rede lusófona.

Para Luís Amado, a reação dos atores políticos em Portugal, influenciada pelas notícias em torno deste tema, acabou por isolar o país: "Todos os estados, com exceção de Portugal, tinham como interesse económico a adesão da Guiné Equatorial", disse o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, considerando que em Portugal não se entendeu o interesse geoestratégico naquela possível parceria, tanto para os países africanos como para o Brasil. "Nós tínhamos de perceber, muito antes de se criar um incidente, quais eram as razões profundas de cada um dos nossos parceiros".

"A CPLP faz-se com todos, não se faz com um a indicar um padrão europeu. Nós chegámos à democracia há 40 anos. Temos assim tanta autoridade moral?",concordou Paulo Portas, avisando que "o pior que pode acontecer a Portugal é bloquear o desenvolvimento da CPLP".

O vice-primeiro ministro apontou vários exemplos do interesse estratégico dos países de língua portuguesa para a economia nacional. A começar por Angola: "Neste momento, exportamos cerca de 4200 milhões de euros para os países da lusofonia. E 3000 milhões são para Angola", referiu.

Portas destacou ainda o papel dos brasileiros no crescimento de outro setor: o turismo, revelando que o perfil do turista brasileiro em Portugal alterou-se, com as estadias e prolongarem-se já por vários dias, e representando cerca de mil milhões de euros de receitas para o país.

O capital que constitui a língua portuguesa, falada por 300 milhões de pessoas e em expansão, foi outro tema abordado no debate moderado por André Macedo, diretor do DN.

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