Governo
rebateu pedido de investigações das Nações Unidas e pediu uma retratação ou a
apresentação de provas.
O
Governo informou esta sexta-feira, em comunicado, que repudia as declarações do
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) sobre o
caso da seita “Kalupteka”, pedindo provas ou um pedido oficial de desculpas.
O
porta-voz do Escritório do ACNUDH, na Suíça, pediu na terça-feira que seja
nomeada uma comissão independente para investigar os confrontos entre a polícia
e a seita “A luz do mundo”, liderada por Julino Kalupeteka, que terminaram,
segundo as autoridades, com nove polícias mortos e mais treze vítimas entre os
fiéis, número que a oposição angolana diz ser muito superior.
“Têm
existido relatórios alarmantes nas últimas semanas sobre um alegado massacre na
província central do Huambo, em Angola. Temos trabalhado para recolher mais
informação sobre o incidente, mas os factos permanecem por esclarecer, com
grandes diferenças do número de vítimas”, disse, em comunicado, o porta-voz da
ACNUDH, Rupert Colville.
Em
comunicado divulgado na noite de sexta-feira pela Angop, o Governo de Angola
considera que que estas declarações “não são sustentadas por quaisquer provas”
e que “foram amparadas por falsas declarações prestadas por elementos
tendenciosos e absolutamente irresponsáveis, com a intenção de difamar não só
as instituições angolanas, mas também todos os seus cidadãos”.
Pelo
menos duas forças políticas da oposição estiveram na zona dos confrontos,
ocorridos a 16 de Abril no município da Caála, e relataram publicamente um
cenário de “massacre”, apontando entre “centenas” e mais de 1.000, o número de
vítimas mortais entre os seguidores da seita, ilegal em Angola.
“Consideramos
difícil de acreditar que tenham sido mortas e enterradas mais de 1.000 pessoas
durante uma noite, sem deixar vestígios, por um efectivo de menos de 50
homens”, afirma o Governo, recordando que o líder da seita está detido e que o
caso está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República.
No
comunicado anterior, aquele organismo da ONU mostra-se preocupado com a posição
do Estado angolano sobre aquela confissão religiosa e criticando a actuação dos media estatais
que condenaram “violentamente” a seita, pedindo “um inquérito verdadeiro e
independente, com uma rigorosa investigação” que faça um “balanço correcto do
número de vítimas”.
“Percebemos
que alguns dos membros da seita e seus familiares permanecem escondidos com
medo de mais violência”, salientou o porta-voz ACNUDH.
Nesta
resposta, o Governo de José Eduardo dos Santos “lamenta que o Alto Comissariado
tenha ignorado deliberadamente as violações aos Direitos da Criança, em
particular, e aos Direitos Humanos em geral, perpetrados pela referida seita”,
numa alusão às práticas desta igreja, que travava a escolarização e vacinação
dos fiéis, advogando o fim do mundo em 2015.
“Deste
modo, o Governo Angolano, em nome de todos os seus cidadãos, insta o Alto Comissariado
das Nações Unidas a apresentar provas das suas declarações ou que se retrate
imediatamente apresentando um pedido oficial de desculpas”, remata a notícia,
citando o comunicado oficial.
Lusa,
em Rede Angola
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