Os
governos moçambicano e tanzaniano assinaram em Maputo um acordo para a proteção
ambiental da fauna da Área de Conservação Transfronteiriça da Reserva do Niassa
e da Reserva do Selous.
"Os
dois países têm sido alvo de ações de caçadores furtivos, que usam os
corredores das nossas fronteiras para transacionar marfim e outros recursos
ilegalmente", disse o ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
de Moçambique, Celso Correa, citado hoje pelo diário O País.
O
acordo, celebrado na segunda-feira entre o governante moçambicano e ministro
dos Recursos Naturais e Turismo da Tanzânia, Lazaro Nyalandu, pretende
construir uma plataforma de cooperação para garantir a proteção da
biodiversidade, combatendo os frequentes ataques de caçadores furtivos na
região.
Por
sua vez, o ministro dos Recursos Naturais e Turismo da Tanzânia considera que o
ecossistema existente na área transfronteiriça entre as reservas do Niassa e do
Selous representa "um santuário de recursos florestais", destacando a
sua importância para o continente africano.
"Estamos
a falar de 15 mil quilómetros de terra, uma área que chega a ser igual ao
território belga, por exemplo. O ecossistema existente nesta área conjunta
constitui um grande símbolo de vida dos nossos dois países", disse Lazaro
Nyalandu, acrescentando que a população de elefantes na Reserva de Selous
diminuiu consideravelmente devido às ações dos caçadores furtivos.
Moçambique
é apontado como um corredor para o contrabando de marfim e de chifres de
rinocerontes com destino à Ásia, num negócio que, segundo várias organizações ambientalistas
que atuam no país, é feito com a complacência das autoridades locais.
De
acordo com dados da Wildlife Conservation Society, uma organização
norte-americana de proteção ambiental, a população de elefantes caiu para
metade em Moçambique em cinco anos e 95% da população foi abatida justamente no
norte do país, junto á fronteira com a Tanzânia.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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