O
Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou hoje, em Nampula, norte do
país, que dentro de 45 dias vai assinar um acordo com o Presidente moçambicano,
Filipe Nyusi, com vista a pôr termo à crise pós-eleitoral no país.
"Em
menos de 45 dias vou assinar um acordo com o Nyusi, que depois vai à Assembleia
da República para ser ratificado no sentido de torná-lo operacional",
declarou o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), falando num
encontro que manteve com académicos e jovens simpatizantes do maior partido de
oposição.
"O
acordo vai acomodar o anteprojeto das autarquias provinciais chumbado pela
maioria da Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] no parlamento",
disse Dhlakama, sem avançar mais detalhes.
Dhlakama
disse que já sabia que a o partido maioritário ia chumbar o anteprojeto das
autarquias provinciais, considerando que "seria vergonhoso a Frelimo
aceitar um projeto da Renamo por ter melhor qualidade de governação"
"Por
isso vou assinar um acordo com o Nyusi", acrescentou o presidente da
Renamo.
A
Presidência da República moçambicana ainda não confirmou nenhum entendimento
com Afonso Dhlakama, Filipe
Nyusi participa a partir de hoje na Assembleia Anual do Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD), que decorre na sede da organização em Abidjan, capital
da Costa do Marfim,
Dhlakama
assinou, a 05 de setembro de 2014, o Acordo de Cessação de Hostilidades, com o
ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza, para encerrar 17 meses de
confrontações militares na região centro do país.
O
acordo foi alcançado a pouco mais de um mês das eleições gerais de 15 de
outubro, cujos resultados a Renamo não reconhece, propondo-se governar nas seis
províncias no centro e norte de Moçambique onde reclama vitória eleitoral, sob
ameaça de tomar o poder pela força.
Após
dois encontros entre Dhlakama e Nyusi, a Renamo submeteu um modelo de
autarquias provinciais ao parlamento, mas já rejeitado pela maioria parlamentar
da Frelimo.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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