O
secretário-geral do PCP acusou hoje o Presidente da República de querer
"salvar a todo o custo" uma política de direita e o Governo e
criticou as propostas de PS e PSD/CDS-PP, que pretendem "eternizar" o
"declínio nacional".
"Nunca
como agora se impôs apressar o fim definitivo deste Governo, que só sobrevive
porque o Presidente da República não está em consonância com o país, a vontade
dos portugueses e a própria Constituição da República, antes está determinado a
salvar uma política de direita a todo o custo e um Governo da sua filiação
partidária", disse Jerónimo de Sousa, em Beja, num encontro concelhio da
CDU.
Os
portugueses "têm, a cada dia que passa, novas e mais fortes razões para
exigir que o atual Governo de Passos e Portas desapareça das suas vidas para
que se rompa com a política de direita", afirmou, referindo que as
eleições legislativas deste ano são "um momento da maior importância na
luta pela rutura com a política de direita e a concretização da viragem
inadiável e necessária na vida nacional".
Segundo
o líder do PCP, as próximas legislativas são uma "batalha exigente",
porque "é necessário confrontar e combater as novas e velhas ilusões das
falsas saídas daqueles que falando de mudança, como o PS, mais não visam do que
perpetuar a mesma política que nos conduziu até aqui e inviabilizar a
verdadeira alternativa".
"Os
documentos que projetam a evolução futura do país abrangendo o período da
próxima legislatura, o programa nacional de reformas do Governo PSD/CDS-PP e o
cenário de enquadramento programático apresentado pelo PS, são produto das
mesmas opções políticas de submissão aos grandes grupos económicos, ao
espartilho da união económica e monetária e da dívida", afirmou.
Segundo
Jerónimo de Sousa, os programas do PSD e do CDS-PP e do PS "traduzem, nas
suas orientações e medidas, a intenção de eternizar o rumo de declínio nacional
patente nas suas projeções de evolução do crescimento económico e do emprego,
que não asseguram a recuperação dos níveis de distribuição da riqueza e do
emprego nos últimos anos".
"Recentemente,
Cavaco Silva declarava que as propostas do PS eram uma boa base de entendimento
e de convergência com o PSD. Ele lá sabe porque é que afirma isto", disse,
referindo que "a maior diferença entre as propostas do PS e as propostas
do atual Governo está no ritmo e no grau de execução".
Em
concreto, Jerónimo de Sousa apontou o caso da TAP, lembrando que "o
Governo propõe a privatização total" da empresa e "o PS só 49%",
e propôs "um exercício de memória".
"Quantas
empresas os governos PS não privatizaram a menos de metade e quantas sobraram?
Nenhuma", afirmou, referindo: "O PS abre a porta, a direita não
precisa de a arrombar".
Em
relação aos diretos dos trabalhadores e à Segurança Social, "inquieta ver
que uns e outros estão em concorrência a ver quem faz pior", disse.
O
líder do PCP criticou declarações do secretário-geral do PS, António Costa,
numa entrevista publicada hoje no Diário de Notícias, sobre a questão das 35
horas de trabalho semanal para os trabalhadores da administração pública.
"Diz
hoje numa entrevista António Costa: 'se for primeiro-ministro farei regressar
as 35 horas de trabalho semanal para a administração pública'. Só que
acrescentou mais uma coisinha: Se puder ser lá para 2016. Ou seja, para os
trabalhadores da administração pública fica já claro: 2015 nem pensem, 2016
logo se verá, se puder ser", disse Jerónimo de Sousa, ironizando:
"Se, se, se? Apetece-me dizer: se a minha avó não morresse ainda hoje era
viva naturalmente".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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