Em
memória dos 70 anos da capitulação da Alemanha à URSS na Segunda Guerra,
soldados e tanques tomam as ruas da capital russa. Evento é boicotado por
líderes ocidentais e aproveitado por Putin para estimular patriotismo.
Mais
de 16 mil soldados marcharam pela Praça Vermelha, cerca de 200 tanques
percorreram as ruas e 140 aviões sobrevoaram a capital russa neste sábado
(09/05), numa grande parada militar por ocasião dos 70 anos do Dia da Vitória.
A
data é considerada o feriado mais importante do país, marcando o dia da
capitulação da Alemanha para a União Soviética na Segunda Guerra Mundial. O
desfile deste sábado foi a maior parada militar realizada pela Rússia desde o
colapso da URSS.
"Em
quase todas as famílias russas, alguém morreu lutando por este país",
disse o ex-marinheiro Alexander Smolkin, que assistia ao desfile. "Meu avô
morreu defendendo a Rússia, este é o dia para nos lembrarmos deles."
Líderes
ocidentais boicotaram o evento devido ao alegado papel desempenhado
por Moscou no conflito no leste da Ucrânia, o que muitos russos consideraram um
desrespeito. Estima-se que 27 milhões de soldados soviéticos tenham morrido na
Segunda Guerra.
No
entanto, o presidente Vladimir Putin recebeu a visita de cerca de 30 líderes
estrangeiros, incluindo o presidente chinês, Xi Jinping. Num sinal de
aproximação entre Moscou e Pequim, soldados chineses participaram das
celebrações em Moscou. O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também assistiu à parada, que teve início
às 10h (hora local).
Em
seu discurso diante de soldados e veteranos de guerra, Putin disse que a
carnificina do segundo conflito mundial sublinha a importância da cooperação
internacional, mas "nas últimas décadas vimos tentativas de criar um mundo
unipolar". A frase é usada com frequência por Moscou para criticar o
suposto objetivo dos EUA de dominarem as questões internacionais.
Putin
aproveitou a ocasião para estimular o patriotismo e sentimentos antiocidentais
e exibir armamentos do país. O tanque Armata foi um dos destaques do desfile,
tendo recebido aplausos ao cruzar a Praça Vermelha. O veículo militar é
apontado por alguns especialistas como mais sofisticado que os do Ocidente,
sendo o primeiro a ter uma cápsula interna blindada.
Entre
os que boicotaram o evento em Moscou estavam a chanceler federal alemã, Angela
Merkel, o presidente americano, Barack Obama, e os líderes da França e do Reino
Unido. Merkel, no entanto, fará um gesto conciliatório. Neste domingo, ela irá
à capital russa para colocar uma coroa de flores no túmulo do soldado
desconhecido, juntamente com Putin.
Nesta
sexta-feira, pela primeira vez em 70 anos, a Ucrânia se juntou à maior parte da
Europa para as celebrações pelo fim da Segunda Guerra – um dia antes da Rússia,
a qual Kiev acusou de explorar o aniversário para exibir seu poderio militar.
Mais de 6 mil pessoas morreram no atual conflito entre separatistas pró-Rússia
e tropas do governo no leste da Ucrânia.
Deutsche Welle - LPF/rtr/ap/dpa
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