Paula
Santos – Expresso, opinião
1. Não
é por acaso que PSD e CDS-PP não querem dizer qual a medida concreta para as
pensões da Segurança Social. O que sabemos para já é que pretendem cortar 600
milhões de euros. Sabemos também que isso terá seguramente tradução na redução
das pensões e das prestações sociais.
Quanto
ao PS, num debate na Assembleia da República disse que as pensões que hoje
estão em pagamento não seriam cortadas. Fica então a questão, e as futuras
pensões, já aceitam que sejam reduzidas? A verdade é que no seu programa fazem referências
ao fator de sustentabilidade (mecanismo que levou ao aumento da idade de
reforma) e à condição de recursos, que introduziu critérios restritivos no
acesso às prestações sociais.
O
que temos visto é que no essencial PS, PSD e CDS-PP são fruto da mesma política
- PSD e CDS-PP defendem corte nos salários e pensões até 2020, já o PS defende
o congelamento de salários e pensões até 2019 (resulta numa perda real de 6%);
ambos insistem no mesmo caminho de ataque às funções sociais do Estado e aos
direitos dos trabalhadores, na manutenção da carga fiscal sobre os rendimentos
do trabalho e a prosseguição das privatizações.
Na
prática PS, PSD e CDS-PP pretendem continuar a mesma política de empobrecimento
e de exploração responsável pela degradação das condições de vida de milhares
de trabalhadores e reformados e pelo aumento das desigualdades sociais. Na
verdade estes partidos, querem tornar definitivas medidas que tinham sido
assumidas como transitórias. A troica até pode ter ido embora, mas a política das
troicas ficou cá.
Esta
política não é solução. Cinco anos depois dos PEC e do Pacto de Agressão, os
trabalhadores e o povo português vivem melhor? Não.

A
luta e a reivindicação dos trabalhadores e do povo é fundamental para romper
com esta política de empobrecimento e de exploração. É por isso que a
participação na Marcha Nacional – A Força do Povo, no próximo dia 6 de junho em
Lisboa, assume a maior relevância.
A
Marcha Nacional – A Força do Povo, convocada pela CDU, é uma marcha de todos
aqueles que estão descontentes com esta política, que querem romper com este
caminho e que lutam e aspiram por um país diferente.
É
uma marcha de todos aqueles que lutam pela liberdade, pela dignidade, pela
soberania e pela democracia, pelo desenvolvimento do país, pela garantia dos direitos
laborais, dos direitos económicos, sociais e culturais.
É
uma marcha de todos aqueles que defendem o cumprimento integral da Constituição
da República Portuguesa e os valores e conquistas de Abril.
Está
nas nossas mãos, nas mãos dos trabalhadores e do povo decidir o nosso destino,
abrir um novo rumo para o país e avançar para uma política alternativa,
patriótica e de esquerda.
Assim,
apelo à participação dos trabalhadores, dos desempregados, dos micro, pequenos
e médios empresários, dos intelectuais e quadros técnicos, dos jovens, dos
reformados e idosos, dos homens e mulheres, que a partir de cada bairro, cada
freguesia, cada local de trabalho nesta grande ação de luta, afirmando a força
do povo nas ruas de Lisboa, por um Portugal com futuro.
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