quinta-feira, 4 de junho de 2015

A FORÇA DO POVO!



Paula Santos – Expresso, opinião

1. Não é por acaso que PSD e CDS-PP não querem dizer qual a medida concreta para as pensões da Segurança Social. O que sabemos para já é que pretendem cortar 600 milhões de euros. Sabemos também que isso terá seguramente tradução na redução das pensões e das prestações sociais.

Quanto ao PS, num debate na Assembleia da República disse que as pensões que hoje estão em pagamento não seriam cortadas. Fica então a questão, e as futuras pensões, já aceitam que sejam reduzidas? A verdade é que no seu programa fazem referências ao fator de sustentabilidade (mecanismo que levou ao aumento da idade de reforma) e à condição de recursos, que introduziu critérios restritivos no acesso às prestações sociais.

O que temos visto é que no essencial PS, PSD e CDS-PP são fruto da mesma política - PSD e CDS-PP defendem corte nos salários e pensões até 2020, já o PS defende o congelamento de salários e pensões até 2019 (resulta numa perda real de 6%); ambos insistem no mesmo caminho de ataque às funções sociais do Estado e aos direitos dos trabalhadores, na manutenção da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho e a prosseguição das privatizações.

Na prática PS, PSD e CDS-PP pretendem continuar a mesma política de empobrecimento e de exploração responsável pela degradação das condições de vida de milhares de trabalhadores e reformados e pelo aumento das desigualdades sociais. Na verdade estes partidos, querem tornar definitivas medidas que tinham sido assumidas como transitórias. A troica até pode ter ido embora, mas a política das troicas ficou cá.

Esta política não é solução. Cinco anos depois dos PEC e do Pacto de Agressão, os trabalhadores e o povo português vivem melhor? Não.

2. Exige-se a rutura com esta política. Exige-se uma política alternativa, onde os interesses dos trabalhadores, do povo e do país prevaleçam.

A luta e a reivindicação dos trabalhadores e do povo é fundamental para romper com esta política de empobrecimento e de exploração. É por isso que a participação na Marcha Nacional – A Força do Povo, no próximo dia 6 de junho em Lisboa, assume a maior relevância.

A Marcha Nacional – A Força do Povo, convocada pela CDU, é uma marcha de todos aqueles que estão descontentes com esta política, que querem romper com este caminho e que lutam e aspiram por um país diferente.

É uma marcha de todos aqueles que lutam pela liberdade, pela dignidade, pela soberania e pela democracia, pelo desenvolvimento do país, pela garantia dos direitos laborais, dos direitos económicos, sociais e culturais.

É uma marcha de todos aqueles que defendem o cumprimento integral da Constituição da República Portuguesa e os valores e conquistas de Abril.

Está nas nossas mãos, nas mãos dos trabalhadores e do povo decidir o nosso destino, abrir um novo rumo para o país e avançar para uma política alternativa, patriótica e de esquerda.

Assim, apelo à participação dos trabalhadores, dos desempregados, dos micro, pequenos e médios empresários, dos intelectuais e quadros técnicos, dos jovens, dos reformados e idosos, dos homens e mulheres, que a partir de cada bairro, cada freguesia, cada local de trabalho nesta grande ação de luta, afirmando a força do povo nas ruas de Lisboa, por um Portugal com futuro.

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