O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje a coligação PSD/CDS de
"insistência e teimosia" em continuar a apostar no mesmo caminho e
sublinhou que o programa do PS não responde a problemas estruturantes.
"Podíamos
dizer que novidades não existem [na "Carta de Garantias" apresentada
na quarta-feira à noite pela coligação PSD/CDS], é a insistência e a teimosia
em prosseguir, no essencial, este caminho que levou ao retrocesso, ao
endividamento, ao aumento do desemprego, ao aumento das injustiças no nosso
país", afirmou à Lusa Jerónimo de Sousa, no final de uma reunião no Teatro
Nacional D.Maria II, em Lisboa.
Quanto
ao programa eleitoral do PS, também divulgado na quarta-feira à noite, o
secretário-geral do PCP sublinhou: "não responde a problemas estruturantes
da nossa sociedade, problemas dramáticos que existem no nosso país,
particularmente em relação a grandes condicionamentos, como a questão da
dívida, do défice, e numa questão que tem estado na ordem do dia, que é a
própria Segurança Social".
Jerónimo
de Sousa criticou também o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, por ter
"anunciado à Assembleia da República um corte de 600 milhões de euros nas
pensões e nas reformas, um documento para enviar para Bruxelas e depois, ontem
[quarta-feira], nem uma palavra sobre essa matéria", vincando que a
coligação PSD/CDS enveredou por "um caminho velho, escondendo e omitindo
questões fundamentais".
"Obviamente
este escondimento significa problemas de consciência no plano eleitoral, mas de
qualquer forma vale como grande significado daquilo que a direita pretende
continuar a fazer no nosso país", acrescentou o dirigente comunista.
No
que toca ao programa eleitoral do Partido Socialista, Jerónimo de Sousa afirmou
que se verifica que "as propostas, no essencial, visam reduzir as pensões
e reformas - caso avance aquela ideia peregrina do abaixamento da TSU - ou
seja, alivia os descontos para os trabalhadores numa fase, mas esses
trabalhadores quando chegarem à reforma vão ter reformas miseráveis, reformas
baixas".
"Isto
significa que os reformados e pensionistas vão perder cerca de 900 milhões de
euros porque o Partido Socialista diz que não corta nas pensões e reformas que
estão em pagamento, mas isto significa que o Partido Socialista, no essencial,
quer continuar a desvalorização das pensões, não pela via do corte mas pela via
do congelamento", rematou o secretário-geral comunista.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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